sábado, 22 de outubro de 2011

A vida pode tornar-se amarga

    Boa noite, meus queridos! Mais uma vez cá estamos! Peço desculpas por minha ausência deveras prolongada, cujas causas forma diversas tarefas e estudos e alguns problemas porém nada grave.
     Hoje tenho algo a lhes oferecer de diferente: vejam como está a mesa, repleta de guloseimas: salgados e doces das mais diversas espécies. Podem servir-se a vontade, já estou satisfeito. Enquanto servem-se, recitarei um poema interessante que deve encaixar-se bem neste momento.


DIABETES
De que adianta ter tido uma doce vida
Ter provado de todas as delícias 
Não ter tido uma vida sofrida
Não ter saboreado nenhuma melancolia?
Se agora tudo o que me resta 
São ferimentos que não cicatrizam
Não poder provar dos doces da festa
Ter de suportar dores que martirizam?

   Calma, não precisam parar de comer! Não estou a criticar o que vós comeis nesse momento, até porque eu também aprecio muito essas guloseimas. Esse poema é só um alerta para que não se deixem levar pelos desejos pois chegará uma época em que os tormentos oriundos dos excessos de outrora será insuportável. 
    A mensagem está dada, meus caros, e ela serve para mim também.
    Antes de despedir-me, gostaria que vós falásseis sobre o próximo poema. Quais destes quereis que eu leia em nosso próximo encontro? Um passeio no bosque das mudanças,Princésse noire et blanche (princesa preta e branca) ou Cage noir (gaiola negra)? Podem escolher, o mais votado lerei no nosso próximo encontro. Até lá! 

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Sobre a cesta cultural e um poema muito sombrio

  Boa noite! È um prazer revê-los mais uma ver e afirmo-lhes que esse prazer só cessará quando minha existência neste plano físico cessar.
    Como havia prometido, irei falar um pouco sobre a terceira edição da Cesta cultural com a SPVA, realizado no dia 30 de setembro passado.
    O evento deu-se no IFRN da Rio branco , no centro da cidade. Houve várias atrações, entre elas o cantor e cordelista José Acaci, a vernissage com a obra de Mozinha e sarau poético com a SPVA. Este poeta que vos fala teve o prazer de receber os convidados à entrada do evento e de recitar dois poemas no sarau, “Inevitável e impossível fuga” e “A oitava do vazio”, ambos já mostrados por mim neste castelo.
     Mais notícias, fotos e detalhes sobre o evento nos links que se seguem:

    

      E para não perder o hábito, mais um poema. Este é um dos mais pesados que já escrevi, foi escrito no final de 2009.

                                                ORAÇÃO AO CAOS
     


Oh senhor do acaso e da aleatoriedade
Inimigo da ordem, aliado da fatalidade
Senhor, tende piedade de mim!

Tu que és o verdadeiro e absoluto deus
Olhe uma vez pra um dos filhos seus!
Senhor, tende piedade de mim!

Magnânimo senhor das tempestades e bonanças!
Não coloques mais pedras em minhas andanças!
Senhor, tende piedade de mim!

O horizonte é negro e invisível
Assim como tu és imprevisível!
Senhor tende piedade de mim!

Há alguém  a bater em meu amado caixão?
Se há, que fique do lado de fora, então!
Senhor tende piedade de mim!

Que fantasmas não venham a me atormentar
Que as vozes do além venham a se calar!
Senhor, tende piedade de mim!

Ó todo poderoso rei de todos os universos!
Leia por favor os meus humilíssimos versos!
Senhor, tende piedade de mim!

Eu estou prestes a vencer o meu tormento
Já passei por um grande e infernal sofrimento
Senhor, tende piedade de mim!

  Até breve...

domingo, 2 de outubro de 2011

Viva as greves!

        Boa noite! Mais uma vez lamento decepcioná-los por não mostra um poema novo para vós mas senti a necessidade de fugir um pouco da poesia e falar sobre questões a respeito da nossa sociedade. Para ser mais preciso, falar sobre os atuais protestos, passeatas e greves que estão ocorrendo em todo o nosso país.  
        Nota-se claramente que a insatisfação dos trabalhadores e do povo brasileiro em geral atingiu níveis altíssimos. Apesar das melhorias que o nosso país vem apresentando, o que fez com que nos tornássemos um dos mais importantes países emergentes do mundo, junto com Rússia, Índia e China. Porém vemos que ainda temos muitos problemas para serem resolvidos como o alto índice de analfabetismo (mais de 10 milhões, segundo o último sendo do IBGE), as altas taxas de criminalidade e corrupção e um salário mínimo deveras vergonhoso.
       Creio que estejam acompanhando as notícias ultimamente: greves em todo o país, protestos e passeatas de um modo em geral, enfim, a revolta toma conta cada vez mais de nosso povo e confesso que estou muito satisfeito com isso. Não posso deixar de citar o vídeo da professora Amanda Gurgel que mostrou para todo o país o que muitas pessoas já sabiam, exceto os nossos políticos (que fingem que não sabem): o descaso em relação aos professores, classe trabalhadora que não é muito valorizada no Brasil.
        Infelizmente, nota-se claramente que o governo tenta jogar a culpa nos trabalhadores, como se as greves e as reinvindicações fossem desnecessários, jogando a culpa das paralisações nos mais diversos setores nos trabalhadores que apenas estão reivindicando algo justo, que são condições de trabalho e salários mais dignos. Nota-se também que tentam jogar a população contra os trabalhadores, como se a culpa fosse deles, como se eles fizessem greve por gostar.
        Certa vez ouvi de uma pessoa que os protestos que os jovens aqui em Natal fizeram contra o aumento das passagens de ônibus eram uma “baderna”. Disse que eles estavam brigando por algo que é justo afinal 2,20 reais numa passagem de ônibus numa cidade que não possui nem 1 milhão de habitantes é um abuso. E essa pessoa continuou a dizer que era baderna, que eles estavam atrapalhando o trânsito e outras coisas mais. Na verdade quem está atrapalhando é a prefeitura, que está dificultando o direito de ir e vir do trabalhador cujo salário não permite tamanhos gastos com passagens de ônibus. E cheguei a uma conclusão, que de forma alguma é geral. A opinião das classes mais altas da sociedade muitas vezes são indignas de atenção pois estes não passam pelos problemas que a maior parte da população passa. E essa pessoa com quem falava tem uma condição financeira boa, tem carro e por isso não creio  que sua opinião deva ser levada em conta. De forma alguma estou dizendo que a opinião das classes mais elevadas da sociedade não vale. Repito: a opinião da mesma MUITAS vezes não condiz com a realidade, dando a impressão de que eles vivem em um mundo paralelo.
          Para terminar, gostaria dar ênfase à importância desses movimentos e dizer que eles não prejudicam a população: o que prejudica é a incompetência de nossos governantes. Se não fosse por ela, nada disso estaria acontecendo. Perguntem-se o motivo pelo qual não há greves em países como Suíça, por exemplo. Acredito também que esses movimentos prenunciam uma grande revolução que deverá ocorrer em cerca de 30 anos, acho.
       Por isso, amigos, vamos às ruas apoiar nossos trabalhadores e ir  às ruas. E se não puderem ir às ruas, apenas apoiem. A classe trabalhadora brasileira agradece. E eu também.
       Bom, ficarei por aqui. Até o nosso próximo encontro, onde pretendo falar um pouco da Última Cesta cultural com a SPVA. E é claro, mostrar mais um dos meus humildes poemas.