quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O povo revoltado X Os agentes do Estado repressor

   Boa noite, meus caros. Hoje venho falar sobre o protesto que teve hoje contra o aumento das passagens de ônibus, o último "presente" de Micarla para a cidade. 
    O protesto começou às 17:30, em frente ao via direta. Não cheguei na hora, eram umas 18:00 hrs. Já havia muitas pessoas no local e cada vez mais chegavam. Posso dizer que provavelmente esse foi o protesto que atraiu mais pessoas desde que Micarla assumiu o poder. 
    Após um tempo concentrados no via direta, começamos a caminhada até o Midway. Confesso que fiquei maravilhado com o fato de  estar presente em tão grandioso evento, representando e colocando para fora toda a revolta de uma cidade. Lembrem-se que Micarla tece 90 % de rejeição.
  Quando chegamos ao Nordestão, a tropa de choque da polícia estaca parada para impedir o avanço. Começaram a bater e seus escudos para nos intimidar. O Estado opressor havia posto suas malignas garras de fora para atacar a população. A multidão revoltada gritava: " Polícia é pra ladrão, pra estudante não." Há como discordar de tal afirmação?
    Infelizmente a intimidação do maldito Estado não teve bons resultados. Todos sabem que a intimidação pode ter vários efeitos, um deles é atiçar ainda mais ao invés de intimidar é elevar ainda mais a revolta, transformando-a em ódio. Uma minoria começou a jogar pedras na polícia e então começou o conflito. Bombas vs pedras e paralelepípedos. A fiação elétrica rompida por bombas jogadas pela polícia. Palavras de revolta. Caos. Os poderosos estavam incomodados pelo povo. Muito incomodados. Infelizmente não pude tirar fotos do conflito pois não sou fotógrafo profissional, ainda mais sobre pressão. 
    Abaixo segue algumas fotos que eu tirei e o link para ver a reportagem na tribuna. É isso amigos: revolta sempre! Dizem que um homem está morto quando deixa de amar. Na verdade ele morre quando deixa de se revoltar.








                                            A tropa do Estado opressor contra o povo!

      Link para a reportagem da Tribuna do norte: http://tribunadonorte.com.br/noticia/protesto-contra-aumento-da-passagem-para-o-transito-na-salgado-filho/230170

domingo, 26 de agosto de 2012

He is back


       Abriu a porta. Não estava trancada, como havia previsto. Adentrando a sala, percorreu todo o aposento com os seus olhos insones, que nesses últimos dias andavam abertos, passando noites em claro, com a mente a trabalhar de forma ativa, em um elaborado e contínuo trabalho de reflexão. Sentou-se em uma cadeira, cadeira esta que costuma acomodar seus ilustres hóspedes. Colocou a mão no queixo e ficou assim por algum tempo, imóvel, mais uma vez entregando-se à laboriosa atividade filosófica que apesar de um tanto cansativa e às vezes angustiante, tinha a sua cota de prazer.
       Então, deu um sorriso discreto e levantou-se. Olhou para as escadas que levavam aos seus aposentos e calmamente subiu, degrau por degrau.
       Ao chegar em sua alcova, notou que a porta estava escancarada. Não se importando com isso, adentrou o recinto e meticulosamente, passou a chave, trancando-se e mais uma vez isolando-se do mundo exterior. Observou a escrivaninha: havia um pouco de poeira, assim como um pouco de cinzas no porta incenso. Os papéis que havia deixado de forma ordenada não mais desta forma estavam. “Então estiveram aqui”, pensou e sorriu mais uma vez, só que o novo sorriso foi um pouco mais amplo que o de antes. Arrumou seus papéis, acendeu as velas no candelabro, pôs um incenso de benjoim, pegou da caneta, algumas folhas em branco e começou a escrever. Sentiu que estava a faltar alguma coisa. Então pôs Chopin para tocar. Agora não faltava mais nada.
     Era notório o modo com as ideias estavam a fluir em sua mente. Não era algo que se destacava em qualidade, todavia a qualidade delas era superior ao que era outrora. Também estava a saborear uma sensação de liberdade plena, que nunca havia experimentado antes, não com essa satisfação e com essa intensidade. Seu ser encontrava-se agora renovado, mais do que nunca. Sua viagem filosófica e metafísica obteve esplêndido êxito, mais até do que ele poderia imaginar. A grande maioria de suas dúvidas havia se dirimido e as brumas de sua ignorância não estavam tão densas quanto antes: a visibilidade agora estava melhor. Sem dúvida, foi uma ótima decisão o seu exílio intelectual.
     Agora, era só colher os frutos dessa colheita e continuar trabalhando para que essas brumas não fiquem mais densas e consequentemente dissipem-se de forma definitiva.