quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Hiato, doce hiato (indo visitar uma amiga).


      Boa noite, meus caros!  Sejam bem-vindos mais uma vez ao meu humilde lar! Espero que esteja tudo bem convosco.
       Venho avisar-vos de que hoje será nosso último encontro neste ano. Sim, entrarei em um hiato por motivos pessoais, filosóficos e artísticos. Preciso descansar um pouco e além do mais, estou com um problema de excesso de informação e preciso do maior tempo possível para assimilar toda ela e mesmo assim sei que todo o tempo que eu dispuser será pouco. Também pretendo adiantar meus projetos e leituras: como devem saber, aprecio muito a arte e suas mais variadas vertentes. Também  pretendo adiantar o romance que estou a escrever e começar a escrever  um romance utópico, nos moldes de “ A utopia” de Thomas Moore e  “A república” , de Platão. Outro motivo da pausa são as reflexões filosóficas e as meditações que aprecio fazer e que tanto bem fazem para minha pessoa. Estas reflexões serão publicadas em um livro posterior , algumas delas mostrei em nosso último encontro, espero tenham gostado.
      Essa pausa não tem um tempo determinado para acabar mas creio que em Janeiro estarei de volta, contudo não posso precisar a data. Provavelmente em meados do mês já citado.
    Bom, vamos ao poema. 

                                           A última canção do ego


Mais uma vez o clímax foi atingido
Mais uma vez foi deveras intenso
Não fui de forma alguma restringido
Estou farto, sinto-me assaz denso!

Depois de tudo isso, após um tempo
Sinto desejo, novamente a fome vem
Nada mais serve-me de acalento
A não ser procurar algo ou alguém!

Maldito ciclo que jamais termina
Desgraçada rocha que não cessa de cair
E que sempre retorna lá para cima
Quase tenho vontade de desistir!

Mas é estupendamente bem mais forte
Essa sensação de gozo insatisfeito
Que provavelmente durará até a morte
Aí sim (talvez) dê-me por satisfeito!

Contudo até lá acredito que muito falta
Há ainda muito que desfrutar
Deixo-me levar por essa insânia incauta
Que ainda há de me alegrar!

Porém esta voz! Ela nunca cala!
Sempre a me dizer: “Basta, Basta”!
Não suporto mais essa desgraçada fala
Que todos os dias só me desgasta!

Ela diz que para mim será bem melhor
Que não prove mais das delícias
Que certamente será bem pior
Se prosseguir com estas estultícias!

“Satisfazer teus infinitos desejos carnais
É uma tarefa que é impossível
Vontades que tornar-se-ão abissais
E teu final será bastante desprezível

Venha comigo para a luz, amigo
A luz da qual foste há muito separado
Confie em mim, não sou inimigo.
E sim o teu mais confiável aliado”

Cala-te! Perturba-me, é fato
Com tuas palavras incessantes,
Com teu discurso logicamente abstrato
Arte-finalizado com lamúrias suplicantes!

Contudo se me atormentas tanto
Por que me sinto um pouco tocado
Por teu discurso que é quase um pranto
Prestes a deixar-me mais revoltado?

É a magia da tão desconhecida essência!
Aquela que todos deveriam conhecer!
Com esta aqui, é razão ou demência
Pois é uma dama linda de morrer!

Que sentimento grande e avassalador!
É uma paz bastante difícil de sentir!
Ele destrói toda a minha patética dor
De meus tolos erros desejo me redimir!

Uma música diferente principia a tocar
Bastante diferente da de outrora
Que me fazia por loucuras ansiar
Coisas nas quais não penso agora!

Está bem, minha amiga querida!
Para a luz irei sem demora, vamos!
Mas devo dizer-te antes da ida
Que lentamente nós sempre caminhamos

Passo a passo, inicio esta jornada
Ao lado de uma estranha que é familiar
Que é minha parte mais amada
De quem nunca devo me separar!

Adeus! Que sempre haja uma lembrança
De minhas orgias físicas e transcendentais
Que seja eu sempre uma precoce criança
A brincar alegre em proibidos quintais!

Que eu possa um dia estar novamente
Amalgamado com o fluxo incessante
Que separada não mais seja minha mente
Que ela seja sempre ubíqua e rutilante!


   -Até breve, queridos! Até o próximo ano!
    Ditas essas palavras, fechou as portas do castelo. Admirou a lua crescente que estava a se por e lembrou-se do aroma das flores do jardim. Enfim, iria passar um bom tempo com sua melhor amiga. Ah, aquela amável senhorita dar-lhe-ia mais uma vez a honra de sua rutilante companhia. Ele mal podia esperar, estava ansioso (algo que não é comum para ele) pelas conversas sobre arte, filosofia e humanidades em geral. Poderia passar a vida assim , imerso em meio a um turbilhão de palavras, pensamentos, imagens e música. Todavia sabia que não era assim sempre e que deveria aproveitar todo o tempo possível ao lado dela. Via-a frequentemente, verdade, entretanto não eram comuns os momentos que ficavam juntos por muito tempo.
      Depois de liberar-se de seus pensamentos, abriu os olhos e olhou as escadas que levavam a seu quarto. Ainda havia uns últimos ajustes a serem feitos. Depois dormiria e partiria pela manhã. Ele mal pode esperar...

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Reflexões de um poeta filósofo


       Boa noite, meus caros! Tudo bom com vocês?  Espero que sim, a recíproca certamente é verdadeira.  
       Não sei se já comentei  com vós, tenho como projeto futuro escrever um livro de pensamentos, em forma de aforismos, grandes ou pequenos, mais ou menos como fazia Nietzsche em seus livros. No momento tenho escrito apenas  60 destes textos, mas como  o ato de reflexão é contínuo, estou sempre a escrever algo e quero partilhar convosco alguns desses escritos. Vamos a eles:

      Acredito que o ser mais perigoso que existe é o fanático, pois este captura a realidade de forma egoísta e além disso a demonstra de forma opressiva e tirânica, em forma de um dogma.

    Alguns nunca tiveram, outros tiveram pouco, alguns tiveram demais, outros tiveram o suficiente. A ânsia por algo depende desses diversos fatores relativos à experiência. Contudo isso não é uma verdade absoluta, pois muitos que já tiveram bastante de algo ainda anseiam por muito mais, numa sede e fome sem fim.

    Algumas pessoas dizem que por mais que nos esforcemos não conseguiremos mudar o mundo. Esse é o artifício do estado dominador: fazer com que nós nos acomodemos com a situação, tornando-nos submissos às suas ordens e pensamentos autoritários.
      
      Muitas pessoas podem vir a se perguntar quem elas são. Essa pergunta torna-se difícil de responder visto que há múltiplas opiniões sobre elas. Então a resposta recusa-se a surgir, afogando-as em um mar de dúvidas. “Serei eu uma pessoa só ou várias, já que há várias opiniões sobre mim?” Essa é a pergunta mais comum. Acredite, ela não vem acompanhada sem uma certa angústia
      Imaginemos um dado. Ele tem várias faces, cada uma com um número diferente. Nós somos como esse dado: temos vários números, vários estados diferentes, que representam vários humores, que mudam de acordo com a situação. Não há vários dados sobre a mesa: existe apenas um, que rola várias vezes, mudando seus resultados de forma inconstante. O ideal seria que esse dado permanecesse parado, num estado que nos permitisse enxergar o mundo sem conceitos e livrar-nos dos sofrimentos que se originam destes.

     Nós passamos a maior parte do tempo obcecados em saciar nossos desejos, mesmo que isso envolva machucar outros. Nada fazemos para tornar-nos pessoas melhores: não procuramos olhar para outra pessoa sem conceitos, não procuramos apreciar a arte e não nos conformamos em obter apenas o necessário para satisfazer nossas necessidades.
     
     Uma coisa que sempre faço é fazer um check-up na minha revolta. Verifico se ela está em um nível aceitável, nem muito acima nem muito abaixo do limite. Tenho um cuidado especial para não mantê-la muito abaixo, senão há o risco de tornar-me mais um conformado e seguir o rebanho em suas atitudes destituídas de bom senso. Dizem que um homem está morto quando deixa de amar. Eu digo que um homem está morto quando ele não mais se revolta. Se um dia isso acontecer comigo, rogo-lhes que façam de tudo para ressuscitar-me. Se o fizerem e eu não reagir, é porque eu mereço estar morto. Então não se preocupem, apenas larguem meu cadáver e deixem que os abutres da ignorância venham me devorar.
     
    O fanatismo é um mal para a sociedade, seja ele devido à crença, ideologia, país ou filosofia. O fanático é idiota o suficiente para crer que a verdade que ele prega é verdadeira pelo simples fato de acreditar nela. Ou seja, além de idiota, é egoísta.

    Fala típica do ego: “EU gosto do que vejo no que EU vejo, pois EU me vejo”

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Parceria poética 2

    Boa noite, meus caros! Uma noite sem lua no dia da filosofia. Um dia especial que dedico a todas as mentes pensantes e a todos que ousam questionar os valores atuais e através do ato de pensar, tentam fazer um mundo melhor para todos. 
    Como prometi em noites passadas, apresento-lhes hoje dois poemas que fiz em parceria com minha amiga Sharon, a quem desejo tão bem. Ambos foram feitos em 2010 e estão no meu primeiro livro independente, "Fragmentos de ébano". O 2° poema, "Máscaras",  foi feito em um chat pelo Msn, onde pedi para que ela dissesse uma frase qualquer para que eu pudesse continuá-la e então ela mandou-me os dois primeiros versos. Então continuamos e o poema saiu naturalmente, em cerca de 10 mins, como se estivesse sendo escrito por uma pessoa só. Os poemas foram escritos em Junho e Julho.
    A seguir, os poemas que escrevi com minha amiga Sharon Ligian.

   

              ÊXODO
                                                 Escrito por Sharon e Roberto Noir

 Um dia eu abrirei minhas asas
 E partirei para longe, bem longe
 Não sei o que é a palavra mãe
 Pelo menos não absorvi sua essência

 Minhas negras asas fundirão-se com o universo
 E com ele tornarei-me uno
 Serei livre como os furtivos morcegos
 Que voam sob a luz do belo plenilúnio
        

   MÁSCARA
                       Escrito por Roberto Noir / Sharon Ligian

A verdade que ocultas em teu pensamento responde
À realidade de algo em tua vida que é ficção
Talvez seja algo poderoso o suficiente
Para destruir tua alma e teu atormentado coração

Por isso te escondes atrás duma máscara
Que mostra uma débil felicidade dissimulada
Ocultando uma maldita e debilitante lembrança
Que obsessivamente insiste em ficar enraizada!


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Contra o capitalismo selvagem


     Boa noite, meus caros! Sejam bem vindos mais uma vez, sintam-se em casa! Vamos conversar um pouco hoje? Sim, nada de poemas, deixemos para a próxima vez, espero que não se importem.
      Creio que vós notais o quanto nossa sociedade é movida pelo dinheiro e pelo consumismo. As empresas nos estimulam a comprar cada vez mais coisas supérfluas, apenas para mostrarmos aos outros que temos condições de ter os objetos em questão. O fato é precisamos de fato desses produtos? Na maior parte das vezes, não. E ainda temos os altos impostos sobre estes, impostos estes que ficam atrás de pouquíssimos países, como Suécia e Alemanha. A diferença é que nesses países os impostos retornam para o povo, que não paga por educação e saúde. A alternativa para driblar os impostos? Comprar produtos importados ou piratas. Não sou a favor de produtos piratas, não os compro, (mas já comprei várias vezes e faço downloads de várias coisas) porém eu costumo dizer que, assim como a igreja católica criou o ateísmo, as próprias industrias contribuíram para que os produtos piratas aparecessem. Os piratas são os “ateus” da indústria capitalista e o que se vê é uma verdadeira inquisição do capitalismo, que começa a sentir os efeitos da sua própria exploração.
          
     Devem ter notado que a arte tornou-se deveras relativizada: chama-se qualquer um que faz uma música, escreve um livro e pinta um quadro (por mais medíocre que sejam) de “artista”. Isto é deveras preocupante, pois enquanto pseudoartistas têm toda a atenção da mídia, grandes artistas, artistas de verdade, não recebem o mínimo de atenção do governo e da população. Não há incentivos, não há divulgação, não há nada para eles. E o povo clamando pelos falsos artistas, que não contribuem em nada para a sociedade...
        

     
      Temos um grande problema aqui: o capitalismo selvagem. Esta besta faminta devora tudo o que tem pela frente. Não se importa com o bem-estar da população, com a educação, com a arte, com tudo que faz bem para o ser interno que há em cada um de nós. O que fazer para combatê-lo?
     Simples: desligue-se da massa! Reme contra a correnteza! Fuja do rebanho, vá para bem longe dele! Procure coisas que façam bem para você! Leia bons livros, assista bons filmes, ouça boa música, escolham bem vossas amizades, enfim, faça algo que te torne uma pessoa bem melhor, que te faça evoluir. Sêneca dizia que as coisas boas não devem ser identificadas pelo gosto da maioria. Para mim, esta é uma ótima diretriz para ir em busca de coisas que possuam qualidade.
     
     Então, vós dizeis: “Mas essas coisas são caras. Livros são caros, filmes são caros, álbuns de música são caros, games são caros. O que fazer, então?”
    Eu vos digo: boicotem o capitalismo! Recorram aos usados! Visitem sebos, façam trocas, emprestem! Façam downloads (lembrem-se: artistas ganham com shows, as gravadoras ficam com todo o dinheiro da venda de CDs. Só assim elas sentiram na pele o que os consumidores sentem.)!
     Visitem pequenas lojas de roupas, para quê ficar pagando tanto por uma roupa se ela só serve para cobrir o corpo? Pagar só pela marca, pelo status? Vamos, vós serdes bem melhores do que isso!  Visitem os bazares, há muita roupa usada e baratíssima, especialmente para mulheres. Não minto: roupas que na loja custa  mais de 100 reais, nos bazares chega a custar 5 reais!!! E em perfeito estado de conservação!
      Não comprem automóveis, cobrem um sistema de transporte coletivo melhor e com um preço mais acessível. Em países como Suíça, boa parte da população não tem carro, não porque não podem comprar, mas porque não precisam dele, já que o transporte público é de qualidade elevada. Pense na tragédia que será o trânsito se todos comprarem um carro...
      Não lanchem nessas grandes empresas de fast food que ganham milhões, exploram seus funcionários e lhe oferecem uma comida de gosto duvidoso por um preço astronômico!  Garanto que todos os presentes aqui conhecem alguém perto de vossas casas que faz uma boa comida, mais gostosa, com um preço mais acessível e até mais saudável!
      Usem a internet, procurem por lojas virtuais, pesquisem o menor preço e jamais envergonhem-se de possuir coisas usadas e baratas! Vergonha é ser conivente com esse sistema e não se revoltar contra ele! Comprem através dos sites de compras coletivas! Usai da vossa sabedoria, não custará nada, vos garanto, muito pelo contrário, depois de seguir essas dicas, garanto que dinheiro para pagar vossas coisas não será mais problema, e verás que de fato, não precisamos de tanto para viver, o problema é que desejamos somente o que é caro e desnecessário.

     Então é isso, meus caros. Falei o que tinha de falar. Agora gostaria de ouvir vossa opinião, vossas críticas e quem sabe ideias para que possamos ter uma vida melhor e menos consumista.
       
      Antes de ouvir vossas palavras, mostrarei alguns links que deverão ser deveras interessantes e úteis para vós.
   
    Estante virtual, site onde milhares de  sebos de todo o país estão cadastrados. Muito difícil  não achar o que se procura...
       http://www.estantevirtual.com.br/

    Sebo desapego, grupo aqui de Natal onde se negocia livros usados. Já fiz negócio por aqui, foi muito gratificante!
       https://www.facebook.com/groups/sebodesapego/?fref=ts

    Veja o quanto nós pagamos de impostos... é assustador... e revoltante, pois não vemos esses impostos investidos da forma que deveriam.
     http://www.fiepr.org.br/sombradoimposto/FreeComponent14466content115735.shtml

     Grupo de compra e venda de consoles, games e acessórios em geral. 
     https://www.facebook.com/groups/194577074004175/

     Música muito boa de Ney Matogrosso, exemplo de música empolgante e que faz refletir. Uma coisa nunca precisou andar separada da outra.
      http://www.youtube.com/watch?v=wttoOxnyBnI

      
     

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Parceria poética.

    Boa noite, meus caros! Como vão? Espero que esteja tudo muito bem com vocês.
    Hoje mostrarei um poema que escrevi em parceria com uma amiga que também escreve há um certo tempo; ela chama-se Lua. Não, este não é o nome dela, assim como o meu não é Roberto Noir. 
     A ideia foi dela, ela mandou-me o poema e pediu para que eu completasse. A temática do poema também é ideia, por isso posso dizer que eu sou o co-autor deste.  O minha maior preocupação foi dar prosseguimento á qualidade que nele havia. particularmente gostei do resultado final, especialmente a mescla do estilo carnal dela com meu estilo metafísico. Bom vamos ao poema e vós podereis dar vossa opinião.

     Dois Poetas

Duas almas
À procura de significados únicos
Dois corações
À procura de palavras perfeitas

Noturnos são os versos que escrevem
Amor e dor estão em suas poesias
Sombrias são as coisas que os inspiram
Dor e amor fazem parte de suas vidas

Poetizando, escrevem suas histórias
Da idade das trevas aos tempos modernos
Quadras, versos e rimas
Inebriam quem rende-se à poesia

Encanto e mistério
Ambos exalam no ar

Dois corpos
Deixando-se levar pelas coisas que os saciam
Duas criaturas
Cujas mãos escrevem paixões e ilusões

Sonhos são metafisicamente edificados
Por sobre as ruínas de suas desilusões
Do solo maculado de suas angústias
Brotam rosas diversas que exalam um doce perfume

Preenchem o ócio de suas efêmeras vidas
Relatando todas as suas experiências
Deixando para toda uma posteridade
Registros de combates, vitórias e derrotas

Ah! A magia da onipotente arte
Até o fim haverá de os guiar!

(Lua e Roberto Noir – 27 Ago 10 / 07 Set 10)

        
    Espero que tenham gostado.Em outra oportunidade, mostrarei dois poemas que fiz com minha amiga Sharon Lígian. Até Breve!