Boa noite, meus caros! Sejam bem-vindos mais uma vez ao meu humilde
lar! Espero que esteja tudo bem convosco.
Venho avisar-vos de que hoje será nosso
último encontro neste ano. Sim, entrarei em um hiato por motivos pessoais, filosóficos
e artísticos. Preciso descansar um pouco e além do mais, estou com um problema
de excesso de informação e preciso do maior tempo possível para assimilar toda
ela e mesmo assim sei que todo o tempo que eu dispuser será pouco. Também
pretendo adiantar meus projetos e leituras: como devem saber, aprecio muito a
arte e suas mais variadas vertentes. Também pretendo adiantar o romance que estou a
escrever e começar a escrever um romance
utópico, nos moldes de “ A utopia” de Thomas Moore e “A república” , de Platão. Outro motivo da
pausa são as reflexões filosóficas e as meditações que aprecio fazer e que tanto
bem fazem para minha pessoa. Estas reflexões serão publicadas em um livro
posterior , algumas delas mostrei em nosso último encontro, espero tenham
gostado.
Essa pausa não tem um tempo determinado para
acabar mas creio que em Janeiro estarei de volta, contudo não posso precisar a
data. Provavelmente em meados do mês já citado.
Bom, vamos ao poema.
A
última canção do ego
Mais uma vez o clímax foi atingido
Mais uma vez foi deveras intenso
Não fui de forma alguma restringido
Estou farto, sinto-me assaz denso!
Depois de tudo isso, após um tempo
Sinto desejo, novamente a fome vem
Nada mais serve-me de acalento
A não ser procurar algo ou alguém!
Maldito ciclo que jamais termina
Desgraçada rocha que não cessa de cair
E que sempre retorna lá para cima
Quase tenho vontade de desistir!
Mas é estupendamente bem mais forte
Essa sensação de gozo insatisfeito
Que provavelmente durará até a morte
Aí sim (talvez) dê-me por satisfeito!
Contudo até lá acredito que muito falta
Há ainda muito que desfrutar
Deixo-me levar por essa insânia incauta
Que ainda há de me alegrar!
Porém esta voz! Ela nunca cala!
Sempre a me dizer: “Basta, Basta”!
Não suporto mais essa desgraçada fala
Que todos os dias só me desgasta!
Ela diz que para mim será bem melhor
Que não prove mais das delícias
Que certamente será bem pior
Se prosseguir com estas estultícias!
“Satisfazer teus infinitos desejos carnais
É uma tarefa que é impossível
Vontades que tornar-se-ão abissais
E teu final será bastante desprezível
Venha comigo para a luz, amigo
A luz da qual foste há muito separado
Confie em mim, não sou inimigo.
E sim o teu mais confiável aliado”
Cala-te! Perturba-me, é fato
Com tuas palavras incessantes,
Com teu discurso logicamente abstrato
Arte-finalizado com lamúrias suplicantes!
Contudo se me atormentas tanto
Por que me sinto um pouco tocado
Por teu discurso que é quase um pranto
Prestes a deixar-me mais revoltado?
É a magia da tão desconhecida essência!
Aquela que todos deveriam conhecer!
Com esta aqui, é razão ou demência
Pois é uma dama linda de morrer!
Que sentimento grande e avassalador!
É uma paz bastante difícil de sentir!
Ele destrói toda a minha patética dor
De meus tolos erros desejo me redimir!
Uma música diferente principia a tocar
Bastante diferente da de outrora
Que me fazia por loucuras ansiar
Coisas nas quais não penso agora!
Está bem, minha amiga querida!
Para a luz irei sem demora, vamos!
Mas devo dizer-te antes da ida
Que lentamente nós sempre caminhamos
Passo a passo, inicio esta jornada
Ao lado de uma estranha que é familiar
Que é minha parte mais amada
De quem nunca devo me separar!
Adeus! Que sempre haja uma lembrança
De minhas orgias físicas e transcendentais
Que seja eu sempre uma precoce criança
A brincar alegre em proibidos quintais!
Que eu possa um dia estar novamente
Amalgamado com o fluxo incessante
Que separada não mais seja minha mente
Que ela seja sempre ubíqua e rutilante!
-Até breve, queridos! Até o próximo ano!
Ditas essas palavras, fechou as portas do castelo. Admirou a lua crescente que estava a se por e lembrou-se do aroma das flores do jardim. Enfim, iria passar um bom tempo com sua melhor amiga. Ah, aquela amável senhorita dar-lhe-ia mais uma vez a honra de sua rutilante companhia. Ele mal podia esperar, estava ansioso (algo que não é comum para ele) pelas conversas sobre arte, filosofia e humanidades em geral. Poderia passar a vida assim , imerso em meio a um turbilhão de palavras, pensamentos, imagens e música. Todavia sabia que não era assim sempre e que deveria aproveitar todo o tempo possível ao lado dela. Via-a frequentemente, verdade, entretanto não eram comuns os momentos que ficavam juntos por muito tempo.
Depois de liberar-se de seus pensamentos, abriu os olhos e olhou as escadas que levavam a seu quarto. Ainda havia uns últimos ajustes a serem feitos. Depois dormiria e partiria pela manhã. Ele mal pode esperar...
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