Boa
noite, meus caros! Tudo bom com vocês?
Espero que sim, a recíproca certamente é verdadeira.
Não
sei se já comentei com vós, tenho como
projeto futuro escrever um livro de pensamentos, em forma de aforismos, grandes
ou pequenos, mais ou menos como fazia Nietzsche em seus livros. No momento
tenho escrito apenas 60 destes textos,
mas como o ato de reflexão é contínuo,
estou sempre a escrever algo e quero partilhar convosco alguns desses escritos.
Vamos a eles:
Acredito que o ser mais perigoso que existe é o
fanático, pois este captura a realidade de forma egoísta e além disso a
demonstra de forma opressiva e tirânica, em forma de um dogma.
Alguns nunca tiveram, outros tiveram pouco,
alguns tiveram demais, outros tiveram o suficiente. A ânsia por algo depende
desses diversos fatores relativos à experiência. Contudo isso não é uma verdade
absoluta, pois muitos que já tiveram bastante de algo ainda anseiam por muito
mais, numa sede e fome sem fim.
Algumas pessoas dizem
que por mais que nos esforcemos não conseguiremos mudar o mundo. Esse é o
artifício do estado dominador: fazer com que nós nos acomodemos com a situação,
tornando-nos submissos às suas ordens e pensamentos autoritários.
Muitas pessoas podem vir a se perguntar quem elas são. Essa
pergunta torna-se difícil de responder visto que há múltiplas opiniões sobre
elas. Então a resposta recusa-se a surgir, afogando-as em um mar de dúvidas.
“Serei eu uma pessoa só ou várias, já que há várias opiniões sobre mim?” Essa é
a pergunta mais comum. Acredite, ela não vem acompanhada sem uma certa angústia
Imaginemos um
dado. Ele tem várias faces, cada uma com um número diferente. Nós somos como
esse dado: temos vários números, vários estados diferentes, que representam
vários humores, que mudam de acordo com a situação. Não há vários dados sobre a
mesa: existe apenas um, que rola várias vezes, mudando seus resultados de forma
inconstante. O ideal seria que esse dado permanecesse parado, num estado que
nos permitisse enxergar o mundo sem conceitos e livrar-nos dos sofrimentos que
se originam destes.
Nós passamos a maior
parte do tempo obcecados em saciar nossos desejos, mesmo que isso envolva
machucar outros. Nada fazemos para tornar-nos pessoas melhores: não procuramos
olhar para outra pessoa sem conceitos, não procuramos apreciar a arte e não nos
conformamos em obter apenas o necessário para satisfazer nossas necessidades.
Uma coisa que sempre faço é fazer um check-up na minha revolta. Verifico se ela está em um nível aceitável, nem muito acima nem muito abaixo do limite. Tenho um cuidado especial para não mantê-la muito abaixo, senão há o risco de tornar-me mais um conformado e seguir o rebanho em suas atitudes destituídas de bom senso. Dizem que um homem está morto quando deixa de amar. Eu digo que um homem está morto quando ele não mais se revolta. Se um dia isso acontecer comigo, rogo-lhes que façam de tudo para ressuscitar-me. Se o fizerem e eu não reagir, é porque eu mereço estar morto. Então não se preocupem, apenas larguem meu cadáver e deixem que os abutres da ignorância venham me devorar.
O fanatismo é um mal para a sociedade, seja ele devido à crença, ideologia, país ou filosofia. O fanático é idiota o suficiente para crer que a verdade que ele prega é verdadeira pelo simples fato de acreditar nela. Ou seja, além de idiota, é egoísta.
Fala típica do ego: “EU gosto do que vejo no que EU vejo, pois EU me vejo”
Parabéns pelo texto, Roberto! E destaco um trecho que diz tudo sobre o que ainda buscamos:
ResponderExcluir"Muitas pessoas podem vir a se perguntar quem elas são. Essa pergunta torna-se difícil de responder visto que há múltiplas opiniões sobre elas. Então a resposta recusa-se a surgir, afogando-as em um mar de dúvidas. “Serei eu uma pessoa só ou várias, já que há várias opiniões sobre mim?” Essa é a pergunta mais comum. Acredite, ela não vem acompanhada sem uma certa angústia."
Ainda buscas e buscas, que não sejam fanáticas...(risos). Abraço...