sábado, 23 de novembro de 2013

Dependência química

  Boa noite, meus caros! Estamos aqui mais uma vez, desta vez numa noite de lua minguante. Fiquemos aqui na varanda, pois mesmo à noite está fazendo calor e é sabido que nos trópicos o tempo fica mais quente, especialmente nesta época de fim de ano.
   Como tenho dito ultimamente em minha página pessoal no Facebook, tenho tido umas ideias de versos que remontam a um período em que eu escrevia de forma bem mais sombria do que escrevo hoje: várias citações de morte, tristeza e sentimentos melancólicos em geral, assim como a presença constante da noite, algo do qual creio não ter me separado totalmente. Este poema fala sobre a infeliz dependência do ser humano em relação a coisas externas para se sentir feliz. Leiam o poema e vejam o que quero dizer e mostrar. Depois, sintam-se livres para opinar ou apenas refletir sobre. Enfim, espero que o poema possa tocar-lhes de alguma forma.

                                                  OVERDOSE



Mais uma vez a maldita inquietude
Os membros tremem de forma compulsiva
Sinto um enorme fogo mas não é tesão
Nem motivos para senti-lo existem
Seriam as chamas do desespero
Queimando o que sobrou da esperança?
Eis que o medo da solidão é substituído
Pelo empirismo aterrador da realidade!

Tomo mais uma pílula, solução rápida
Porém nem sempre o químico resolve
Os problemas da tão sofrida alma
Muitas vezes a adoece ainda mais
Outras alternativas são tentadas
Líquidos, pó, fumaça, agulhas
E nenhuma delas resolverá o problema
Pois não houve preocupação em procurar
O remédio metafísico ideal para a angústia
Tudo isso porque busquei um oásis artificial e externo
Quando dentro de mim já havia um
O único, verdadeiro e libertador oásis...