sábado, 24 de setembro de 2011

Um poema sobre a possível primavera humana

     Bon soir, mes amis! Não sei se lembram mas já estamos na primavera! Se não perceberam, tudo bem. No país onde vivemos as estações não são muito bem definidas e a mudança das mesmas muitas vezes passa despercebida.
     Segundo os gregos antigos, a primavera marcava o retorno de Perséfone das terras sombrias de Hades, o deus do submundo. Era a época em que o inverno acabava e Deméter tinha sua filha Perséfone de volta, pelo menos durante a primavera e o verão, até que ela tivesse que voltar mais uma vez para o seu marido.
      Essa história me fascinou tanto que resolvi adotar Perséfone como o nome da minha personagem do RPG que estou jogando, Mago. E também é a mesma que dá nome a este poema, que para variar foi baseado em fatos reais.

                                            PERSÉFONE   


No momento em que tu passeavas
Por um belíssimo e perfumado vergel
Foste capturada e feita cativa
E provou da romã com gosto de fel!

As flores então sentiram tua falta
Lentamente começaram a definhar
Até mesmo a outrora alegria materna
Ameaçou para sempre se apagar

Então tu se tornaste meu pseudônimo
Te tornaste o meu maldito espelho
Identifiquei-me com tua imagem sombria
Pois ambos estávamos num hediondo pesadelo!

Porém quem disse que tenho de submeter-me?
Ser do destino um patético prisioneiro?
Quem disse que mortais não podem ser felizes
Que não podem derrotar o desespero?

Um dia serás tão liberta quanto eu sou
Serás tão iluminada quanto eu serei
Não mais ostentarás angústia e sarcasmo
Serás rainha e eu também serei rei!

     Aproveitem a época das flores, meus caros! Mas lembrem-se que o inverno sempre volta... que tal tentarmos alcançar a primavera eterna?

sábado, 17 de setembro de 2011

      Boa noite! Como está o vosso Sábado? O meu está deveras tranquilo e hoje ficarei acordado até a hora em que Apolo decidir voltar com sua carruagem. Chegaram bem na hora em que estava a ouvir “Smoke on the water” (Deep purple) e agora “Astronomy Domine”(Pink Floyd). Espero que apreciem.  
     Hoje vou mostrar-lhes mais um poema baseado em fatos reais. Creio que já devo ter dito isso alguma vez mas não tenho medo e nem vergonha de expor minhas experiências em meus poemas. 70% de meus poemas são pessoais, caso não saibam. O poema a seguir retrata uma situação onde o indivíduo tenta esquecer algo tentando refugiar-se nas sombras da ignorância contudo no fim as lembranças acabam voltando e o sofrimento continua.

         INEVITÁVEL E IMPOSSÍVEL FUGA



A luz encontra-se aprisionada
Em um lugar não muito distante
Não se sabe se ela é verdadeira
Pois o brilho foi visto num instante

Situação deveras paradoxal!
Ao mesmo tempo que tenta-se ignorar
Tentando unir-se às trevas
É angustiado pelo ato de esperar!

Não se pode fugir do lúgubre lamento!
Na tentativa de vislumbrar um pouco
Dos feixes luminosos que fogem
É inevitável que se pareça louco

Desiste de tentar e volta para a escuridão
Pois a luz não mais consegue ver
Porém quando fecha os olhos
Um mundo branco surge para o seu ser!

    E então? Alguém dentre vós já passou por uma situação parecida? Como foi? Não precisam entrar em detalhes se não quiserem, enfim sintam-se à vontade. Sou um tanto reservado porém gosto de conversar sobre certas coisas.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Cesta cultural com a SPVA

  Boa noite, meus caros! Eis-me mais uma vez aqui a recebê-los em minha humilde morada. 
  Hoje quero informa-lhes sobre um evento que ocorrerá na última sexta feira deste mês de Setembro, ( dia 30) A Cesta cultural com a SPVA ( Sociedade dos Poetas Vivos e Afins), instituição da qual orgulhosamente faço parte. Haverá sarau poético, exposição de quadros e homenagens a grandes artistas e poetas potiguares. Eu estarei lá e aguardo de forma deveras ansiosa a vossa presença. Para mais detalhes, acessem o link abaixo.


http://vivicultura.blogspot.com/2011/09/cesta-cultural_16.html

Então é isso. Em breve, mostrarei mais alguns de meus poemas. Espero que esse convite venha a suprir os anseios daqueles que estavam a procurar programas culturais envolvendo a bela arte da poesia. Au revoir!

sábado, 10 de setembro de 2011

Moi trente et un années

    Olá, meus caros. Pois é, hoje estou completando mais um ano de vida e este poema que mostrarei escrevi no ano passado quando fiz trinta anos. Sei que há uma incoerência em mostrá-lo hoje, dia que faço 31, mas na época eu não possuía este castelo Então farei isso agora neste exato momento.


   TRENTE ANNÉES
                   inspirado por Lord Byron

No décimo dia do nono mês
Do décimo ano de um novo milênio
Sinto que cheguei no apogeu
De minha paradoxal vida
Inevitavelmente olho para trás
E não deixo de impressionar-me
Com o enorme rastro escarlate
Que deixei por umas poucas conquistas!

Que infante feliz fui outrora!
Imerso em doces e inocentes jogos infantis
Junto com outros cúmplices inocentes
Que assim também eram ingenuamente despreocupados
Logo em seguida adentrei a juventude
De forma sóbria, sutil e um pouco belicosa
Todas as experiências vividas nessa época
Serviram para moldar o que hoje sou!

A deliciosa pele de veludo da arte
Foi tocada de incontáveis formas
Todos os meus sentidos foram seduzidos
Por várias formas de expressão
Assim como tragicamente fui atraído
Pela dor, angústia, solidão e morte
Setecentos dias de horror vivi
Apenas para os meus fúteis prazeres!

Encontrei a luz em outro alguém
Descobri a palavra dos grandes sábios
Regojizei-me  em minhas descobertas
Como um famélico diante de um banquete
Porém entreguei-me a uma felicidade
Que dependia somente da vontade alheia
Não havia um sustentáculo para mim
Cai num abismo sombrio e morri!

Ah mas além da filosofia e da arte
Havia vidas que me apoiavam
Porém, mesmo assim, entreguei-me à solidão
A morte me rondava de forma libidinosa
Já havia carregado dois ataúdes
Com eles foram completamente sepultados
Os restos de minha fatal ingenuidade
Só assim pude tornar-me uma fênix sombria!

A arte, a filosofia e o dharma
São meu prazer, sabedoria e caminho
São meus guias para uma nova vida
Rumo a tão cobiçada ataraxia
Sou hoje um destemido arquiteto
Que constrói sobre ruínas de dor
Edificações estas que serão habitadas
Somente por bons e iluminados sentimentos!

  Bom, mais uma vez agradeço vossa atenção e até breve!



    

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Um belo poema

  Boa noite! Como prometi estou postando o poema de uma outra pessoa que achei deveras belo. Aqui está!



CONTEXTO

Confesso-te que falar das nuvens
Reais
É só o pretexto de aludir àquelas
Virtuais
Que passam pelos teus olhos.
Ah, o tempo muda! 
E esses cúmulos nimbos me comovem,
Teu céu se fecha e tuas dores humanas
Chovem.

Mas também falar da tua chuva súbita
É outro artifício:
Quero dizer da possível fecundidade 
Que se seguirá à pluviosidade
Do teu sacrifício.
Ah, cessa a precipitação e teu olhos
Ficam claros:
Os córregos sinuosos reverdecem
Um solo cansado e deste surge broto
Raro.

É evidente que este broto será flor
Persuasiva,
Surgida na intenção de engendrar
Metáfora viva.
Ah, essa flor fenecerá
Como todas as rosas surpreendentes
Da vida.
Mas são também dádivas estranhas
De que é possível se impregnar.
Não tomes esta flor metafórica
Por decorativa,
Urge despetalá-la, esmagá-la nas palmas
Abrasivas,
Pois não era da flor que eu quisera falar,
Mas do odor que ela deixa nas tuas mãos
Queridas.

 Marcantônio Costa (autor)

 Se gostaram, visitem o grupo do facebook " devaneios sobre o devaneio" e apreciem mais poemas dele e de outros autores. Até mais queridos!