Bon soir, mes amis! Não sei se lembram mas já estamos na primavera! Se não perceberam, tudo bem. No país onde vivemos as estações não são muito bem definidas e a mudança das mesmas muitas vezes passa despercebida.
Segundo os gregos antigos, a primavera marcava o retorno de Perséfone das terras sombrias de Hades, o deus do submundo. Era a época em que o inverno acabava e Deméter tinha sua filha Perséfone de volta, pelo menos durante a primavera e o verão, até que ela tivesse que voltar mais uma vez para o seu marido.
Essa história me fascinou tanto que resolvi adotar Perséfone como o nome da minha personagem do RPG que estou jogando, Mago. E também é a mesma que dá nome a este poema, que para variar foi baseado em fatos reais.
PERSÉFONE
No momento em que tu passeavas
Por um belíssimo e perfumado vergel
Foste capturada e feita cativa
E provou da romã com gosto de fel!
As flores então sentiram tua falta
Lentamente começaram a definhar
Até mesmo a outrora alegria materna
Ameaçou para sempre se apagar
Então tu se tornaste meu pseudônimo
Te tornaste o meu maldito espelho
Identifiquei-me com tua imagem sombria
Pois ambos estávamos num hediondo pesadelo!
Porém quem disse que tenho de submeter-me?
Ser do destino um patético prisioneiro?
Quem disse que mortais não podem ser felizes
Que não podem derrotar o desespero?
Um dia serás tão liberta quanto eu sou
Serás tão iluminada quanto eu serei
Não mais ostentarás angústia e sarcasmo
Serás rainha e eu também serei rei!