Decidiu descer as escadas e sair de sua residência. Ao abrir a porta, uma leve brisa noturna acariciou seu rosto. Não ventava muito mas era o suficiente para sentir-se refrescado. A lua cheia brilhava no alto da abóboda celeste. Ao longe, ele viu algumas pessoas aproximando-se e então soube que havia chegado a hora de mostrar mais um de seus trabalhos. Por sorte ( ou intuição), já estava com o seu mais novo poema em mãos. Seria só uma questão de pouco tempo para que ele o lesse para seus ilustres visitantes.
Boa noite! Sejam mais uma vez bem-vindos! Fico grato mais uma vez por me darem o prazer de vossa nobre presença! ( faz uma longa reverência).
Desculpe se não os chamo para entra mas lá dentro está deveras quente. Fiquemos aqui fora para poermos nos sentir mais refrescados, consequentemente ficando mais à vontade.
Hoje lerei o último poema que escrevi. Apesar de não ser um poema muito grande, levei mais de uma semana para fazê-lo, para achar as palavras exatas e para que eu pudesse ser bem sucedido no intento de passar a emoção e a mensagem do mesmo. Bom, vamos a ele, ao poema!
PALIATIVO
Não dura tanto quanto a relativa eternidade
Mas pode ser tão bom quanto uma vida passada que
retorna
É provável que seja bem mais saboroso
Do que este vinho amaríssimo que entornas!
Momentos tão breves e paradoxalmente duradouros
Que ocorrem em intervalos inconvenientes e seculares
Estes não são registrados em históricos anais
Apenas são louvados em metafísicos altares!
Então dai adeus a todas as tuas angústias!
Ao menos nestes parcos momentos de companhia
E que quando a tristeza voltar para rever-te
Encontre já nascida a semente da alegria!