segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Uma parceria sobre a morte

       Boa noite a todos e todas. Cá estamos novamente, desta vez num dia de finados.
       O poema de hoje não poderia ser mais apropriado, já que fala sobre a morte e fala sobre alguns  pontos de vista acerca dela. Ele foi escrito em parceria com Erilva Leite, uma colega minha que também é poeta e fez a sugestão desta parceria. O poema foi escrito no primeiro semestre desse ano. Francamente, gostei muito do resultado final, visto que escrever em parceria não é nada fácil, especialmente sobre tal tema. Vamos ao poema então.
OBS o título está em latim, a tradução é "Descanse em Paz".


REQUIESCAT IN PACE
Erilva Leite/Roberto Noir

Soturnal dama, excelsa e triunfante.
Quão bela és em tua torre eterna
Ninho de dor, ornada primavera
Lilases flores em cadáveres de infante!



Maviosa és em teu centro de justiça
Fazes do ser o mesmo e maravilhoso fim.
Trazes presa, aconchegada ao peito
Flores de sangue, escuro e fétido - que já foi carmim!



Tua companhia é o melhor remédio
Para quem experimentou o terrível mal,
Sofreu perseguições e ouviu maldosas falácias
Só resta esperar de ti um piedoso final!


Para quem não possui a hiperbólica vontade de viver
E não consegue remover o peso chamado vida
Só resta viver de forma religiosamente asceta
Enquanto monotonamente aguarda pela ida!



Crédito das imagens, em ordem de aparição: 

medievalepicus.blogspot.com.br
gustavodarkgotico.blogspot.com.br
media.rtp.pt
www.bloginforma.com.br

     

4 comentários:

  1. Ficou bem interessante amigo Roberto Noir e Erilva Leite! E sim! É difícil uma parceria poética. Sendo necessário uma sintonia entre os poetas. Um abraço! Gostei!

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  2. Falamos sobre a morte, o título foi dado por "ele" e confesso que gostei muito!
    Uma parceria que ficará para a história e sem medo de errar, digo que és entre todos, e sempre o (meu) poeta favorito!

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  3. Como se não bastasse o poeta ser a faca da noite (Bob Dylan). Desafiar os vocábulos é coisa para poetas competentes. O que vejo neste poema a quatro mãos, são maravilhas de versos onde há certo preconceito da nação, pois falar da morte com essa visão é ter os pés no chão. Se a morte faz parte da vida/e se vale a pena viver/então morrer é preciso se tivemos o temo todo para viver (G. Gil)

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