sábado, 10 de setembro de 2011

Moi trente et un années

    Olá, meus caros. Pois é, hoje estou completando mais um ano de vida e este poema que mostrarei escrevi no ano passado quando fiz trinta anos. Sei que há uma incoerência em mostrá-lo hoje, dia que faço 31, mas na época eu não possuía este castelo Então farei isso agora neste exato momento.


   TRENTE ANNÉES
                   inspirado por Lord Byron

No décimo dia do nono mês
Do décimo ano de um novo milênio
Sinto que cheguei no apogeu
De minha paradoxal vida
Inevitavelmente olho para trás
E não deixo de impressionar-me
Com o enorme rastro escarlate
Que deixei por umas poucas conquistas!

Que infante feliz fui outrora!
Imerso em doces e inocentes jogos infantis
Junto com outros cúmplices inocentes
Que assim também eram ingenuamente despreocupados
Logo em seguida adentrei a juventude
De forma sóbria, sutil e um pouco belicosa
Todas as experiências vividas nessa época
Serviram para moldar o que hoje sou!

A deliciosa pele de veludo da arte
Foi tocada de incontáveis formas
Todos os meus sentidos foram seduzidos
Por várias formas de expressão
Assim como tragicamente fui atraído
Pela dor, angústia, solidão e morte
Setecentos dias de horror vivi
Apenas para os meus fúteis prazeres!

Encontrei a luz em outro alguém
Descobri a palavra dos grandes sábios
Regojizei-me  em minhas descobertas
Como um famélico diante de um banquete
Porém entreguei-me a uma felicidade
Que dependia somente da vontade alheia
Não havia um sustentáculo para mim
Cai num abismo sombrio e morri!

Ah mas além da filosofia e da arte
Havia vidas que me apoiavam
Porém, mesmo assim, entreguei-me à solidão
A morte me rondava de forma libidinosa
Já havia carregado dois ataúdes
Com eles foram completamente sepultados
Os restos de minha fatal ingenuidade
Só assim pude tornar-me uma fênix sombria!

A arte, a filosofia e o dharma
São meu prazer, sabedoria e caminho
São meus guias para uma nova vida
Rumo a tão cobiçada ataraxia
Sou hoje um destemido arquiteto
Que constrói sobre ruínas de dor
Edificações estas que serão habitadas
Somente por bons e iluminados sentimentos!

  Bom, mais uma vez agradeço vossa atenção e até breve!



    

2 comentários:

  1. PARABÉNS! PARABÉNS E PARABÉNS! Já falei por aqui que você me desenha e me inspira algo de Augusto dos Anjos e esse seu poema aviva isso. Adorei! Obrigada pelo seu carinho e tudo de bom no seu caminho poético!

    Bjosss

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  2. Bom, nunca escondi d ninguém o fato de ele ser o poeta do qual mais gosto e consequentemente uma das minhas maiores influências. Mais uma vez agradeço as tuas frequentes vistas. Merci beaucoup, mon ange!

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