sábado, 24 de março de 2012

Meu primeiro poema!

   Boa noite, meus queridos! É um prazer revê-los! Acomodem-se, fiquem à vontade, pois hoje tenho algo especial para vocês. Hoje mostrarei o primeiro poema que escrevi! Sim, isso mesmo! Foi escrito em 2002, quando este que vos fala estava para fazer 22 anos. Ou seja, há dez anos atrás ele foi escrito. Uma década de poesia em minha vida já se passou. Parece-me que foi ontem! 
    O tema do poema é algo que me incomoda desde meus anos de juventude. É um poema com um certo teor crítico. Espero que gostem, apesar dele não ser tão bom assim , afinal foi o primeiro que escrevi.
    
                   CURIOSIDADE, DIFERENÇA, CULPA

Sinto-me diferente quando te vejo
E você é igual a mim
Ser feliz é o que desejo
Mas não sei quando isso terá fim

Sei o que eu gosto
Sempre tive coisas pra te contar
Eu não sei se eu mostro
Não sei se você vai gostar

Inconscientemente sou culpado
Sou acusado, juiz e júri
Não sei se vou ser perdoado
Pois da justiça não sou imune

Dizem que isso não é normal
O que é ser normal então?
Por que a culpa vem como um vendaval
Arrastando pra longe minha razão?

Procuro a luz no fim deste túnel escuro
Sempre andando com uma vela
Na minha mente tudo é obscuro
Por que dizem que a vida é bela?

Se a vida é bela
Por que não posso ser um pouco diferente?
Se a vida é bela
Por que não limpamos nossas mentes?

05/06/2002



sexta-feira, 16 de março de 2012

Poesia inspirada por um cientista

   Boa noite! E mais uma vez o ritual se concretiza: encontro-lhes mais uma vez na sexta feira. Parece que a sexta transformou-se no nosso dia marcado para estes encontros, que aprecio tanto.
    Este poema que vou mostra-lhes agora é baseado nas ideias de um dos homens mais brilhantes que a humanidade já teve: Albert Einstein. Estava eu um certo dia a ler sobre este gênio e então veio a ideia de misturar a ciência dele com minha poesia. E o resultado apresento agora.



                                EINSTEIN



Falar sobre a relatividade do tempo
Só é possível se destituído de conceitos
Pois há marasmo ou contínuo movimento
Dependendo se o ser é ou não liberto

A eternidade é indubitavelmente variável
Dependendo daquele que a observa
Emocionante ou monótona, estável ou instável
Tanto ela acalma quanto também enerva

Há tantos e incontáveis referenciais
Em um ínfimo mundo cósmico-periférico
Porém existe um sem qualidades especiais
Que há muito fora bastante enérgico

De todos, é um dos mais insignificantes
O mais desprovido de sucessos e vitórias
Porém para ele o tempo passa rutilante
Misteriosamente tornando bela sua história!






segunda-feira, 12 de março de 2012

Motivos para o fim dos relacionamentos

     
     Sejam bem-vindos, meus caros! Espero que os ventos tenham continuado a trazer-lhes boas novas e que a tristeza e todos os sentimentos negativos tenham continuado longe de vosso caminho. Que assim seja sempre.
     Hoje não irei expor nenhum de meus poemas, apenas uma das muitas reflexões que ando tendo ultimamente (algumas não tão dignas de serem mencionadas). Estava há tempos pensando sobre o motivo pelo qual os relacionamentos entre casais hoje em dia tendem a ter um término prematuro. Não é só na geração de hoje em dia: basta observar que uma boa parte dos jovens de hoje têm pais divorciados.
     Pensei, pensei e pensei muito a respeito e não consegui encontrar nada que pudesse elucidar essa questão. Então percebi que talvez estivesse procurando a resposta no lugar errado: não deveria fazê-lo dentro do relacionamento e sim fora dele. Parecia que a causa residia dentro do indivíduo e este a levava para dentro do seu relacionamento, pondo tudo a perder. Então redirecionei o foco do pensamento para o indivíduo, deixando a questão do relacionamento de lado.
      É evidente que nós procuramos fazer as coisas que tendem a nos agradar mais. Não é necessário que nos prolonguemos nessa discussão, isso parece ser óbvio demais. Continuando, não há nada de mais em agir assim, o problema é quando procuramos fazer isso sem levar em conta os sentimentos alheios. E é aí onde voltamos com a questão dos relacionamentos.
      Quando decidimos começar um, não levamos em conta as diferenças que há entre ambas as partes. Nosso desejo pela outra pessoa é tão grande que simplesmente deixamos isso de lado e partimos para começar algo mais sério, sem pensar nas consequências. Achamos que essas diferenças serão contornadas com o tempo, que o amor fala mais alto, que devemos deixar a razão de lado e entregarmo-nos de corpo e alma, enfim, esse tipo de discurso já tão famoso entre nós. Não levamos em conta também os nossos defeitos e como estes irão prejudicar a pessoa-alvo de nossa afeição. Ou seja, na maior parte das vezes, parece que começamos o relacionamento de forma egoísta, apenas pensando em nós mesmos, o que é deveras errado: um relacionamento não é algo que deve ser compartilhado por ambas as partes, ambas sendo felizes uma ao lado da outra?
       Temos ainda a questão da solidão. Muitas pessoas não gostam de ficar sozinhas e literalmente, saem à caça de possíveis “amores”, seja em festas, eventos, redes sociais e em quaisquer lugar onde possam haver pessoas solteiras (ou não...), dispostas  a acabar com sua  solidão, mesmo que apenas por uma noite. Quando isso ocorre, nos dias seguintes há uma angústia pelo fato de ainda estar só. Essa tristeza eleva-se de forma alarmante, fazendo com que o solitário sinta-se horrível: não se acha uma pessoa atraente, pergunta o que há de errado com ele, começa ater crises de choro, insônia e outras reações desse tipo. Provavelmente ele não estaria assim se ao invés desse “romance rápido” tivesse ficado em casa fazendo algo de interessante ou ido a um outro lugar, sem a intenção de tentar resolver seu problema de solidão. Creio que quanto mais se pensa nela, mais solitário torna-se o indivíduo.
      Há ainda a questão da idealização e da futilidade: essas quando andam de mãos dadas são bastante perigosas. Quando nos apaixonamos, dizemos que tudo será perfeito, que nosso parceiro é a pessoa da nossa vida, que o amaremos para sempre, e isso depois de um mês ou menos de relacionamento!  É a banalização de um sentimento que leva tempo para se construir, não é assim de forma tão repentina! Lembro aqui de Vinícius de Moraes, grande poeta brasileiro. Casou-se cerca de 9 vezes (!) se não me engano e em todas elas demonstrou uma paixão avassaladora e repentina, que não durava mais do que alguns anos. Certa vez, ao falar com uma mulher pela primeira vez, já afirmou que ela era a mulher da sua vida, que queria casar com ela, e isso depois de já ter passado por vários outros relacionamentos que terminaram cedo, fazendo com que ele sempre sofresse muito no final, ou seja, ele já deveria ter superado esse tipo de sentimento avassalador, já que tinha experiência vasta acerca do assunto e já contava uma certa idade. Meu caro Vinícius, reconheço que és um dos maiores artistas que o Brasil já teve, gosto muito de seus poemas, especialmente os primeiros. Contudo, tu cometeste muitos erros em relação a tuas idealizações amorosas e tiveste muitas chances de corrigi-los, mas preferiste continuar entregando-te a teus desejos. Pena que foi assim, meu caro. Pena...
       Bem, ainda temos a questão da infidelidade. Porém deixemos isso de lado, já que nesse caso, além de uma entrega desenfreada aos desejos da carne, ainda há a questão da falta de um bom caráter, contudo creio que isso foge um pouco do que está sendo dito aqui. Então deixemos isso para uma outra ocasião.
      Antes de terminar desejo mostrar-lhes aqui algumas palavras de Nietzsche, retiradas do seu livro “Além do bem e do mal”, aforismo 6: “Aos poucos fui descobrindo o que agora tem sido toda grande filosofia: uma confissão pessoal do autor, uma espécie de memórias involuntárias e desapercebidas...” Destaco aqui esse trecho pois quero deixar claro que isso que escrevi aqui não deve ser considerado verdade absoluta, são resultados de observações e reflexões pessoais deste que vos fala. Tudo que foi dito aqui pode (e creio que até deva) ser refutado. A intenção aqui não é dar uma resposta definitiva, embora alguns possam até concordar com tudo o que eu disse. Espero que possam elucidar suas dúvidas acerca desse assunto e que possamos tornar nossos atuais relacionamentos duradouros. Bom, falo assim pois creio que todos aqui presentes são comprometidos. Se aqui houver um que não o seja , que possa através desta conversa tornar seu próximo relacionamento mais agradável e duradouro, assim espero.
      Bom, cansei-me de tanto falar. (Pega uma garrafa de água, enche um copo até quase transbordar. Em seguida bebe tudo de apenas um gole, mas com elegância e calma. Põe o copo na mesa, respira fundo, faz uma pausa e volta a falar.) Se quiserem falar algo, fiquem à vontade. Do contrário, apreciemos o silêncio antes de partimos (Cruza as pernas, coloca a mão no queixo e fica em silêncio.).
     

sexta-feira, 9 de março de 2012

A dicotomia de um ser

   Saudações, meus caros! Brisa agradável que sopra esta noite, não? Agradeço por terem aproveitado a trégua que a chuva fez para que pudessem me fazer uma visita. agradeço por vossa atenção. Acomodem-se, a lareira está acesa!
   Bom, hoje desejo falar sobre a questão da dualidade que reside em nós. Temos um lado mais luminoso, mais visível; há também outro mais escuro e sombrio, Muitas vezes esse lado sombrio não é algo tão horrível, não passa de alguns defeitos menores e que não afetam tanto aqueles que estão ao redor. Enfim, são erros que não afetam o convívio social de seu portador. Esse tipo de Ego ( falando gnosticamente, o conjunto de nossos defeitos), é sobreposto pela Essência ( lado luminoso) que está acordando aos poucos e consegue fazer com que o Ego não se manifeste de forma exacerbada. Muitas vezes, batemos de frente com um paradoxo misterioso...
   Baseado nessa imagem, fiz este poema. Vamos ao poema.
         
  
O MAIS BELO E PARADOXAL DOS ENTES

   
Ó tenebroso anjo de asas negras
Demônio alvo, nobre e santificado
Vento frio que traz ardentes brasas
Incêndio que a tudo torna gelado!

Delicado mancebo, gentil rapaz.
Rude, agressiva e impulsiva dama
Um olhar que emana tanta paz
Uma palavra que machuca quem ama!

Amável receptáculo de agressividade
Repulsivo demonstrador de passividade
Que faz-me ter visões angelicais

Exterminai minha angustiante dor
Preenchei minha alma de amor
Destruindo minhas lamúrias infernais!

   Mas... o problema é quando esses defeitos são graves e começam a trazer sofrimento tanto para aqueles que estão ao redor do ser em questão quanto a ele mesmo...

sábado, 3 de março de 2012

    Boa noite! Cá estamos mais uma vez. Por favor, tomem seus lugares, sintam-se em casa e agradeço mais uma vez por estarem aqui.
    Esse poema eu escrevi ontem à noite e foi uma daquelas ideias que vem de repente. Confesso que não fiquei pensando muito para fazê-lo, inclusive a metade dele fiz dentro do ônibus. Depois, foi só completá-lo em casa, ouvindo a boa música do antigo projeto do meu colega Kurodo, Prière. Quem tiver curiosidade, procure no Youtube. Confesso que a música deixou-me mais inspirado do que já estava e creio que contribuiu para a qualidade do mesmo, que considero um dos melhores que já escrevi. Aliás, essa safra de poemas novas que está saindo desde mês passado está muito boa. Sinto-me bem pois assim posso mostrar um trabalho à altura de meus ilustres visitantes.
    Esse poema é uma crítica que eu faço a um certo tipo de comportamento que sempre achei estranho. Espero que gostem. Depois, como sempre, poderemos conversar a respeito.
    
    O ESTRANHO PRAZER POR UM ESTRANHO


   
                                            Imagem retirada do blog Utopia viva


O contrato entre dois desconhecidos
É assinado com bastante saliva
Um pouco de energia vai embora
Assim como um pouco de pureza

Ninguém abre sua porta para um estranho
Todavia o corpo é assaz acessível
Através de uma repentina troca de fluídos
O repentino encanto torna-se mais profundo

Os domínios são invadidos por completo
Não há senhoria, castelo, feudo
É a odiada anarquia que se instaura
Onde antes havia uma hierarquia absoluta

A liberdade é para todos
Pois não há mais propriedade
Mãos, bocas, línguas, peles,
Suor... e o gozo revolucionário!

Os nomes dos envolvidos são esquecidos
Não há necessidade de mesuras
O que importa é o prazer alcançado
Através de um desconhecido qualquer!

É tão monótono, vazio demais
Que final mais apático, sem emoção
Quando não há amor no final
Resta apenas uma fútil lembrança carnal...