sábado, 3 de março de 2012

    Boa noite! Cá estamos mais uma vez. Por favor, tomem seus lugares, sintam-se em casa e agradeço mais uma vez por estarem aqui.
    Esse poema eu escrevi ontem à noite e foi uma daquelas ideias que vem de repente. Confesso que não fiquei pensando muito para fazê-lo, inclusive a metade dele fiz dentro do ônibus. Depois, foi só completá-lo em casa, ouvindo a boa música do antigo projeto do meu colega Kurodo, Prière. Quem tiver curiosidade, procure no Youtube. Confesso que a música deixou-me mais inspirado do que já estava e creio que contribuiu para a qualidade do mesmo, que considero um dos melhores que já escrevi. Aliás, essa safra de poemas novas que está saindo desde mês passado está muito boa. Sinto-me bem pois assim posso mostrar um trabalho à altura de meus ilustres visitantes.
    Esse poema é uma crítica que eu faço a um certo tipo de comportamento que sempre achei estranho. Espero que gostem. Depois, como sempre, poderemos conversar a respeito.
    
    O ESTRANHO PRAZER POR UM ESTRANHO


   
                                            Imagem retirada do blog Utopia viva


O contrato entre dois desconhecidos
É assinado com bastante saliva
Um pouco de energia vai embora
Assim como um pouco de pureza

Ninguém abre sua porta para um estranho
Todavia o corpo é assaz acessível
Através de uma repentina troca de fluídos
O repentino encanto torna-se mais profundo

Os domínios são invadidos por completo
Não há senhoria, castelo, feudo
É a odiada anarquia que se instaura
Onde antes havia uma hierarquia absoluta

A liberdade é para todos
Pois não há mais propriedade
Mãos, bocas, línguas, peles,
Suor... e o gozo revolucionário!

Os nomes dos envolvidos são esquecidos
Não há necessidade de mesuras
O que importa é o prazer alcançado
Através de um desconhecido qualquer!

É tão monótono, vazio demais
Que final mais apático, sem emoção
Quando não há amor no final
Resta apenas uma fútil lembrança carnal...


2 comentários:

  1. Conheço...
    Conheço bem essa indigestão de sonhos
    e é bem isso...
    uma quimera fulgurosa no início e uma morgadez de vício após o gozo;
    é bem assim: andorinha a fazer verão por apenas uma hora, às vezes menos, em vez de uma estação.
    Pena que assim o seja.
    Mas prefiro ser Dona Juana que viver de ilusões... pois elas trazem um sentido: não entregues de mais os sentimentos em vão. Para uns, liberdade; para outros, sofreguidão.
    Assim, termina a fútil jornada de ser, no abraço carnal entre seres...

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  2. Eu diria nem um nem outro. Nunca fui um Don Juan porém vivi de ilusões, idealizando um relacionamento perfeito e duradouro. Hoje em dia não o faço mais, se tiver de acontecer, acontece, senão... antes só do que mal acompanhado... ou acompanhado por pouco tempo e sem nenhum sentimento, tão vazio...

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