sexta-feira, 7 de março de 2014

Mulheres/ Women/ Femmes/ Mujeres

    Boa noite, especialmente para as minhas amigas! Hoje é um dia especial para vocês! Parabéns por toda a luta e saibam que este poeta, que além de filósofo e anarquista, é feminista (por que não ser?) e apoia a vossa luta, além de nutrir por vós uma enorme admiração e uma certa inveja. Não sei se consegui exprimir meu sentimento por todas nesse poema... mas espero que gostem do meu estranho jeito de homenagear-lhes. (abaixa a cabeça, demonstrando uma certa timidez, assim como um pouco de nervosismo)

                                    INVEJA



Se eu fosse uma mulher usaria sapatos vermelhos
Certamente abusaria de belíssimos babados
Usaria batom violeta e esmaltes diversos
Teria uma maior opção de adereços para usar

Não teria vergonha do meu gênero
Não seria temida ao ser vista
Não olharia meu oposto como se fosse carne
Não pediria desculpas pelas minhas iguais

Sentiria a atroz dor do parto
De mim correria um rio escarlate
Enfrentaria um exército machista
Tendo que lutar para ser eu mesma...

...Paradoxalmente sofreria mais e seria bem mais feliz...


 (levanta a cabeça e dá um tímido sorriso)
 ... então é isso. Feliz dia para todas vocês!







segunda-feira, 3 de março de 2014

Desejos e paixões

     Boa noite, queridos visitantes! Sejam bem-vindos mais uma vez ao meu lar poético-filosófico. Fiquem à vontade. Sugiro ficarmos aqui na entrada, aproveitando essa brisa suave da madrugada, para nos protegermos deste calor atroz que anda nos castigando.
      Hoje mostro-lhe um poema que foi baseado nos ensinamentos budistas e em meus estudos, reflexões e experiências acerca das paixões e desejos humanos. Acrescento ao mesmo uma epígrafe que é um trecho do livro " A doutrina de Buda". Espero que gostem e que possam refletir sobre o assunto.

                                     RUÍNA


A retina é muito apegada ao passado
Insistindo em imortalizar algo perecível
Assim como o coração ama o que foi acumulado
Tornando-se bastante furioso e inflexível

O mel na lâmina é gostoso
Contudo não se deve dele provar
Já que além de agradável, é danoso
Podendo até mesmo a vida obliterar

É estupidez tomar veneno para matar a sede
Tudo culpa de um desejo maldito
Que aprisiona o ser numa grande rede
Fazendo o sofrimento parecer infinito

Capturado pelas ondas da ignorância
Afogou-se rapidamente no desespero
Tudo começou por causa da ganância
Então o ser perdeu-se por inteiro

Infelizmente os erros são justificados
Usando-se o adágio “Errar é humano”
O certo torna-se mais incomum do que o errado
E o ser torna-se cada vez mais insano!