... Boa noite... noite deveras fria, mais uma... desculpem mas estou sem muitas palavras hoje. Apenas atentem ao poema.
Minhas humildes e sinceras desculpas
para todo o mundo
" What esle should i be...
What else should i say...
What else should i write?
All apologies"
Nirvana, "ALL APOLOGIES"
Em um inédito momento de sabedoria
Decidi escrever proveitosas linhas
Percebi que a hora era assaz tardia
Para relatar todas as desculpas minhas!
Noctambulamente aqui estou
A mão esquelética escreve freneticamente
Palavras que relatam o que restou
De simples reações da minha mente!
Perdão por apresentar-me desta forma
Não muito agradável para a visão
Um esqueleto recém-saído da cova
No peito é visível o pulsante coração!
Perdoai o meu cansado semblante
Oriundo de longínquas noites de agonia
Que duraram meses, não instantes
Distanciando-me mais da desejada ataraxia!
Desculpem minha rutilante ignorância
Que incomoda, chateia e desencanta
Ela é percebida a quilômetros de distância
Maldição! Leio, releio mas de nada adianta!
Ouçam! Não consegui adentrar a catedral
Como outrora fez o poeta Augusto
Insisto, fracasso mas continuarei até o final
Até que consiga transpor o portão robusto!
Perdoai meus putrefatíssimos versos
Desenterrados do meu cemitério particular
Sempre (de)compostos em poéticos acessos
Que fazem minha energia vital esgotar!
Perdão aos de meu sangue e amigos
Por não considerá-los melhores do que os demais
Perdão a todos os meus supostos inimigos
Todos vocês! Considero-os como iguais!
A minha lista é por demais extensa:
Amigos, parentes, sabedoria, arte, beleza
E a agonia já foi bem mais intensa
Pelo menos não sou apegado a riquezas!
Por isso diante desta nobre platéia
Composta por pessoas de bom coração
Exponho toda a minha insignificante miséria
Ajoelhando-me e pedindo: perdão!
Por hoje é só. Até breve...