domingo, 26 de fevereiro de 2012

Meu poema preferido


  Muito boa noite! Espero que tudo esteja bem com vós, pois comigo está tudo ótimo!
   Creio que estejam a perguntar o motivo de minha alegria. Vou dizer-lhes: tenho aqui comigo um poema que escrevi no começo da semana e creio que este seja o melhor que escrevi em minha vida!
    E não é somente isso: eu voltei a escrever com uma frequência maior; a inspiração voltou para mim! Esse mês já escrevi 6 poemas, sendo que estava a escrever apenas um ou dois por mês e essa inércia poética já persistia por meses. Além disso, estou escrevendo melhor e isso é uma ótima notícia pois aqueles que costumam acompanhar minha arte terão acesso a um material de melhor qualidade.
     O poema do qual falo chama-se “Mente on, corpo off”. Disse que era um poema muito bom pelo fato dele retratar certas experiências próprias e além disso faz com que aquele que o aprecia possa refletir também, ao contrário do poema “Helenismo”. O problema desse poema é que ele apesar de ter uma certa beleza estética, abusando de palavras com sonoridade forte, não faz com que o leitor possa refletir acerca das palavras escritas, já que trata-se de uma experiência deveras transcendental e pessoal, cujo significado só pode ser compreendido através de uma explicação do autor. Resumindo: apesar de belo, é um poema “egoísta”, que só o autor entende. Devo alertá-los que esta não era minha intenção quando o escrevi, apenas deixei-me levar pela inspiração.
     Garanto-lhes que “Mente on, corpo off” é mais compreensível. Espero que possam tirar alguma lição dele e se obtiverem êxito em terem um orgasmo estético ao lê-lo, ótimo! Esse foi o primeiro poema que me fez sentir-me plenamente satisfeito ao escrevê-lo. Portanto, deixemos a conversa de lado e apreciem-no. Depois, poderemos conversar mais.

   MENTE ON, CORPO OFF

A mente encontra-se bastante ativa
Numa incessante e magnífica tempestade cerebral
Contrasta com a letargia de um corpo
Tão inerte quanto um pedaço de pau!

Esta é uma inesperada e incomum dicotomia
Que contraria o ditado do corpo e da mente
Enquanto uma corre por planícies imaginárias
Outro encontra-se apático e dormente!

Ela, com a disposição de uma jovem donzela
Ele demonstra o cansaço de um ancião
Todavia ele várias vezes reage
Já que ainda bate o seu coração!

Pode a energia de uma supernova
Coexistir com a apatia dum vulcão adormecido?
Será que este aglomerado de desejos
Não está sendo por demais impedido?

Para quê esta embalagem precisa mover-se tanto
Já que para isso não há tanto estímulo?
Impensável realizar movimentos incessantes
Apenas para não poder estacionar, é o cúmulo!

Ah, como é difícil com ele lidar
Com este estranho e narcísico ser
Que toca o seu raquítico corpo
E ainda consegue sentir um certo prazer!

Foi-se a época em que esse monte de carne
E osso (mais carne do que osso) vivia a mandar
A mente era tua escrava; agora é tua senhora
E somente agirás tal qual ela ordenar!

Então, sossega, insaciável projeção egóica!
Que por mais de uma década ficou a vadiar!
Está na hora de entrar em um sono eterno
Do qual tu jamais irás acordar!



terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Revolta!

   Boa noite, queridos! Tudo bem? Espero que sim pois comigo tudo está bem!
   Ultimamente estou deveras inspirado, em 2 dias escrevi 4 poemas, todos com uma qualidade satisfatória. Estava há meses com uma média de dois poemas por mês. Acreditava eu que era por perfeccionismo, já que tenho as ideias em mente porém não as coloco para fora. Bom, esse não era o único motivo. O outro motivo é que eu andava um pouco afastado da arte, Nesses últimos dias andei assistindo a filmes, lendo livros, ouvindo música... bem, são coisas que estou sempre a fazer porém  estava deixando-as um pouco de lado. Fato: para que eu produza arte, preciso de um certo estímulo externo, além da minha inspiração. Creio que todo artista precisa de um estímulo.
    E é um desses poemas que vou mostrar-lhes agora, um poema que faz uma crítica ao comportamento predador e violento do homem.



 COMBUSTÍVEL PARA A REVOLTA INTERIOR






O escarlate turva a visão
Com uma cortina de violência
Então dos confins da alma
Emerge uma oculta demência

Todos os sentidos são tomados
Por avassaladores sentimentos de vingança
É compulsiva a recém-nascida vontade
De punir os assassinos da alheia esperança!

As leis são todas inúteis
Omissas são as entidades metafísicas
Ou incapazes, quem pode saber?!
Para o vazio vão todas as súplicas! (?)

O homem só é predador dele mesmo
Por quê tem ideias de superioridade
Meu estimado Hobbes, morreste sem saber
Que fomos feitos para a felicidade?

Maldito seja esse círculo vicioso
 Que gravita em uma órbita dantesca
Levando toda a ignorante humanidade
Para uma possível hecatombe gigantesca!

Alguns tentam da maldade fugir
Refugiando-se como pseudo-ermitões
Devido à ignorância, eles não sabem
Que o monstro habita em seus corações!

Por isso não receies em ser violento
Senão um dia tu irás sucumbir
Apenas canalize toda a sua raiva
Para matar este monstro dentro de ti!

Então esta será a última morte
De uma vida sem rumo certo
Somente após este ato de bravura
Encontrarás a paz e tornar-te-ás liberto!

    Espero que tenham gostado! Fazia um tempo que não escrevia um poema com uma temática mais crítica em relação à sociedade... e então, o que acharam?




sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Um poema de carnaval

   Olá boa noite! Entrem logo, já estão todos molhados! A chuva os pegou de surpresa, pelo visto. Fiquem à vontade para secar-se, já acendi a lareira para espantar o frio.
   Hum... notaram quão deserta estão as redondezas? Nessa época de carnaval é assim mesmo, muitos viajam para aproveitar essa festa. Eu? Não, não aprecio a festa e vejo que vós também não, já que estão aqui agora. Ou viajarão depois? Bom, mas isso não vem ao caso. No meu caso, especificamente, aproveitarem este feriado prolongado para apreciar a arte em suas mais diversas formas.
    Hoje vou apresentar-lhes um poema falando sobre o carnaval, que fiz há 2 anos atrás ( o aniversário do poema foi ontem! ).Bom, acho que ele é diferente do que vós estais a esperar... ei-lo aqui.


                            EM MAIS UM CARNAVAL DE ILUSÕES
                     DESCOBRI O CAMINHO DA FELICIDADE


A solidão sempre foi meu samba-enredo
No carro abre-alas a angústia e a dor
Os foliões dançam e cantam a noite toda
Com um enorme e respeitável vigor!

As alas são vermelhas como o meu sangue
Também são negras como a escuridão
Nos carros alegóricos, etapas da minha vida
Amigos, realizações, amor, abandono, traição!

A bateria, antes tão frenética
Agora dá paradinhas inesperadas
As destaques são góticas e/ ou lolitas
Com expressões ora alegres, ora desesperadas!

Para encerrar o desfile, a felicidade
Na forma de arte, seja alheia ou a minha
A esperança renasce como uma solitária rosa
Para substituir aquelas ervas daninhas!

 Hum... ainda está a chover. Fiquem mais um pouco, vou providenciar algo quente para vós comerdes. Sim, e para beber, também. E então o que acharam do poema? Algo a acrescentar a respeito do carnaval?

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Reflexões acerca da arte

    Boa noite! Cá estamos mais uma vez, meus estimados amigos! Por favor, acomodem-se! Fiquem à vontade, a casa é vossa! Hoje quero compartilhar algumas reflexões que estão em minha mente há algum tempo e gostaria de externa-las para vós. São a respeito da arte, esta belíssima dama que ultimamente tem sido deixada de lado, como se fosse um ser desprezível, quando na verdade é a mais encantadora de todas as mulheres que conheci nestas 3 décadas de vida. É deveras incrível o quanto alguém tão formosa, meiga e gentil pode ser deixada de lado por meretrizes vulgares e de gosto certamente duvidoso, cuja companhia traz enorme desejo, todavia no fim é somente sofrimento e ignorância.
   Quando em contato com a arte, o homem torna-se mais capaz de enfrentar os problemas ao seu redor, fazendo com que ele possa tornar-se uma pessoa melhor com mais facilidade.
    Quando em contato com a arte, o homem afasta-se dos maus caminhos. Quando em contato com um bom filme, com uma boa música, seriados, videogames (que hoje em dia são praticamente filmes jogáveis), um bom livro, uma boa pintura, escultura, enfim, qualquer tipo de arte, ele automaticamente afasta-se dos males da ociosidade. O contato com a arte faz com que o homem exercite sua mente pensante, refletindo sobre sua própria condição  e leva-o a uma estrada que o conduz à luz que tem a capacidade de fazê-lo evoluir internamente.
      Quando em contato com a “arte” de má qualidade, o homem regride, perdendo a sua capacidade de auto avaliação, fazendo com que se distancie do caminho da evolução interna. Entenda-se como “arte” de má qualidade aquela que faz o caminho contrário da arte, já mencionado acima.
       Enfim, com tantas qualidades e virtudes, como ela é deixada assim, abandonada, eu não entendo! E vós? Poderei contar com vossa pessoa para que possa ajudar-me a elucidar este mistério assaz intrigante?

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Desespero

   Saudações, meus caros! Sejam bem vindos mais uma vez bem vindos ao meu castelo! Vejo que vieram acompanhados de uma bela dama lunar, que está a iluminar vosso caminho.Estava aqui na janela a admirá-la, está muito bela hoje. Creio que sofro de uma espécie de amor por ela... ou talvez seja um amor por tudo que é belo. Creio que seja mesmo a segunda opção.
    Creio que vós já sentiste o desespero bater em tuas portas, não é verdade? Ou melhor, já sentiram-no adentrar vossos lares, o que é bem pior. Faz parte da existência humana passar por este processo. O poema que vou mostrar-lhes hoje fala justamente sobre isso, assim como ele aponta uma possível solução para o problema. Esse poema foi feito baseado em ideias gnósticas e em algumas citações de Krishnamurti.
                           
   ZETSUBOU    
             “Ima watashi wa zetsubou ni”
                                  Prière, “ORATIO”



Quando aumentarem as trilhas labirínticas
Quando por dentro te sentires inferior
Quando aumentar a sensação claustrofóbica
Quando tudo escurecer ao teu redor

Por teus deuses irás chamar
Todas as filosofias irás usar
Em todos os sustentáculos te apoiar
Todos teus amigos irás chamar

Lágrimas de teus olhos irão escorrer
Teu coração mais rápido irá bater
Sentirás tua energia enfraquecer
Tua alma começará a morrer

Então descobrirás a bendita solução:
Um antigo e sábio estratagema
Para resolver  este maldito problema:
Refugia-te solitariamente em teu coração!


    O bom e velho refúgio metafísico humano... então, convido-lhes a um debate sobre este sentimento tão poderoso, que deixa muitos debilitados. Sintam-se em casa!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Um belo poema de uma poeta deveras talentosa

    Boa noite! Está virando um hábito esses nossos encontros na Sexta. Não programei isso, é algo que ocorre naturalmente...
   Hoje, mais uma vez, venho apresentar um poema de outra pessoa que não eu. Hoje venho apresentar o belíssimo poema de minha amiga Shannya Lacerda, que possui um recanto seu uma morada que nem a minha onde ela estará pronta para recebê-los e dar-lhes a devida atenção. Chama-se Rosa do Cairo e vós podeis acessá-lo, é só ir aqui do lado, não fica longe daqui.
     Vamos ao poema. Espero que gostem. Eu particularmente tive um orgasmo estético, é um poema por demais belo.


                                           ADMITIR


       

Admitir, criar
Jogar com o calafrio
Com aquele calar em que rio
Sem perceber que falei
As palavras que pensei

Admitir, perder
Composições mortas
Com sudários de festas
E bebidas sanguinolentas
De suor. Galanteios perdidos. E
                                    [ o que resta?

Admitir não admite
Criar fendas
E se esconder em negros
Espaços do tempo;
Criando fendas,
Vou construindo eu e meu tempo
Desbotado pela anemia
Em que se abateram minhas
                   [convulsões do momento.

Autora: Shannya Lacerda