quinta-feira, 28 de março de 2013

Sobre uma cura momentânea

   Era noite. Mesmo assim, o  suor insistia em correr de seu rosto. Já havia se banhado porém tal ato não havia surtido o efeito desejado. Apenas sentia menos calor, nada mais.
   Decidiu descer as escadas e sair de sua residência. Ao abrir a porta, uma leve brisa noturna acariciou seu rosto. Não ventava muito mas era o suficiente para sentir-se refrescado. A lua cheia brilhava no alto da abóboda celeste. Ao longe, ele viu algumas pessoas aproximando-se e então soube que havia chegado a hora de mostrar mais um de seus trabalhos. Por sorte ( ou intuição), já estava com o seu mais novo poema em mãos. Seria só uma questão de pouco tempo para que ele o lesse para seus ilustres visitantes.

   Boa noite! Sejam mais uma vez bem-vindos! Fico grato mais uma vez por me darem o prazer de vossa nobre presença! ( faz uma longa reverência).
   Desculpe se não os chamo para entra mas lá dentro está deveras quente. Fiquemos aqui fora para poermos nos sentir mais refrescados, consequentemente ficando mais à vontade.
   Hoje lerei o último poema que escrevi. Apesar de não ser um poema muito grande, levei mais de uma semana para fazê-lo, para achar as palavras exatas e para que eu pudesse ser bem sucedido no intento de passar a emoção e a mensagem do mesmo. Bom, vamos a ele, ao poema!

                
PALIATIVO

Não dura tanto quanto a relativa eternidade
Mas pode ser tão bom quanto uma vida passada que retorna
É provável que seja bem mais saboroso
Do que este vinho amaríssimo que entornas!

Momentos tão breves e paradoxalmente duradouros
Que ocorrem em intervalos inconvenientes e seculares
Estes não são registrados em históricos anais
Apenas são louvados em metafísicos altares!

Então dai adeus a todas as tuas angústias!
Ao menos nestes parcos momentos de companhia
E que quando a tristeza voltar para rever-te
Encontre já nascida a semente da alegria!

 

2 comentários:

  1. Essa foi a semana mais longaaaaa e olhe que, realmente já conhecia trechos. Mas ler na íntegra, foi simplesmente um luxo.
    Esse é um parco momento, mas a semente já fora plantada tantas vezes e sempre retorna mais aperfeiçoada, parabéns!

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  2. É Roberto, passando pelo seu castelo fico impressionada com o dom que tens para a poesia e os seus enigmas. E como uma inspiração fragmentada em dias te deixa bem melhor nos últimos versos. Gostei muito!

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