sexta-feira, 29 de abril de 2011

Um ser apático

   Boa noite, meu caro visitante. Espero que as coisas estejam indo bem contigo pois comigo não estão. Tenho enfrentado muitas dúvidas que assolam a minha mente e isso vem ocorrendo com frequência. Confesso que meu semblante está demonstrando cansaço já que noite passada não dormi bem. No mês passado ocorreu esse mesmo fenômeno. Foi nessa ocasião que escrevi o poema seguinte:
     
    ENCLAUSURADO

Recluso na minha débil e raquítica ignorância
Trancado no palácio da minha insignificância mental
Apenas observando o incessante movimento do devir
Que segue de forma imperceptível e natural

Nada mais do que um simples e débil vulto
Que se move de forma silente e discreta
Por entre as construções, ruas e cidades
Habitadas por uma maioria não-desperta!

Nesta solitária torre feita de ébano
Dentro do meu humilde chateau noir
Minhas tarefas, ações, escritos, movimentos
São testemunhados por um pálido luar!

O tempo passa de forma sutil e inexorável
Já não o sinto como costumava sentir
Apenas percebo a existência de Cronos
Quando vejo o espelho minha velhice refletir!

Dentro da minha fortaleza continuo a viver
Apenas o mínimo para ser considerado existente
Vivendo o paradoxo de ser um prisioneiro liberto
Algo só compreendido por uma mente demente!

   Bom, espero que me perdoe não estou em condições de ficar muito tempo. Estou cansado e preciso recolher-me para os braços da solidão. Não deixarei-te em tua residência hoje mas num local seguro e mais próximo possível de lá. Perdoa-me...

terça-feira, 26 de abril de 2011

Fotos na I Gothic convenction

   Boa noite! Sinto não ter nenhum poema para vocês hoje apenas vim aqui para mostrar as fotos que minha estimada amiga Sharon tirou do meu stand na gothic convection, estande onde exibi meus livros.de poemas e declamei alguns para o público presente. Agradeço desde já aos que adquiriram o livro e aos que vieram ter comigo, a minha amiga Sharon por ter me ajudado com o stand e por ter tirado as fotos e ao meu grande benfeitor Alisson, que cedeu o espaço para mim e por ter divulgado o meu trabalho.



                                           Sharon Ligian, a fotografa. Merci!

                                                           Autor e obra

                                    Meus dois trabalhos,mostrados por Sharon



                                 Declamando no palco do centro cultural " Do sol"

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Um poema de amor

     Boa noite meus caros! Como vós tens andado? Espero que estejam bem! Espero que este feriado prolongado em que estamos vivendo seja bom para todos e para vocês que são cristãos, reflitam bem sobre o significado da Páscoa. Apesar de não compartilhar das idéias cristãs, sou admirador de Jesus, um homem que ousou pregar a paz em tempos conturbados e foi mal compreendido. 
     Bom, meu grande amigo MC Garcia havia pedido que eu mostrasse um poema de amor. Confesso não ser esse um dos principais temas de meus poemas mas andei olhando meus pergaminhos e achei um que possa satisfazer-te meu caro companheiro poético. Não só a você mas a todos aqui presentes. Este é um poema que fala de um amor místico. Ma antes de lê-lo, permitam-me que eu acenda mais velas já que este clima sombrio não combina com este escrito. Inclusive ele está no meu novo livro independente, o " Les femmes" cuja capa mostrei-lhes em noites passadas. vamos a ele então.

                                           SACERDOTISA





O perfume permanece mais enebriante
Que todo e qualquer incenso
As palavras enlouquecem, retiram
Todo e qualquer bom senso

As esculturas respiram, tão vivas
Quanto aquela que preside a cerimônia
O ritual prossegue, tão místico,
Esplendoroso, luxuoso, sem parcimônia

A luz se infiltra, iluminando
A misteriosa figura de uma deusa
As libações prosseguem: símbolos
E um pequeno altar sobre a mesa

Os sortilégios! Todas as orações!
Todos os elementos purificam o ambiente
Os deletérios! Todos destruídos!
Criminosos que corrompiam a mente!

A benção enfim! A tão esperada benção!
O amuleto mergulhado n’água santa
Um pequeno brilhante no centro
Que a todos fascina e encanta!

Um ósculo delicado para encerrar
Porém esse término é uma ilusão
Pois o rito prosseguirá incessantemente
No interior de um arcano coração!

      Bom, espero que tenham gostado. Minha intenção era fazer um poema de amor diferente, usando uma temática mais esotérica. 
      Hum... que vento frio adentrou pela janela agora! Ele conseguiu interromper a dança das salamandras em algumas das velas que aqui estavam acesas! Mas não se preocupe, não é nenhum sinal funesto, dentro de minha humilde residência não entram influências ruins sejam elas físicas ou metafísicas. E se entrar serão expulsas na mesma hora posso garantir-lhes.
           Sendo assim, é com pesar que sou forçado a despedir-me de vós mas tenho certeza de que a distância entre nós é efêmera e que nos veremos em breve! Bon voyage, mes amis!  

      

quinta-feira, 21 de abril de 2011

I Gothic convenction

    Olá, boa noite! Aliás uma noite fria como há muito não via. Meu corpo chega a estranhar essa frialdade oriunda desse tempo nada comum aqui nesta região. Mas confesso que achei interessante a mudança, o calor estava deveras elevado.
    Gostaria de falar-lhes que neste sábado estarei com um stand no Centro cultural Do sol na Rua Chile para mostrar meus dois livros de poemas , "Fragmentos de ébano" e "Les femmes". Será a I Gothic convenction e começará às 17 hrs. Entre as atrações, as bandas Tamisa river ( cover de the cure), Eleanor ( gathering cover), entre outras. Mais detalhes sobre o evento nos telefones 8853 7685 e 9642 8246. Estarei lá esperando vocês e os receberei tão bem quanto os recebo aqui. Até mais , meus caros!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Poema sobre solidão

     Boa noite a todos, mais uma vez. Ultimamente tenho saído bastante aqui do meus castelo para trabalhar dando aulas. Essa rotina está por demais interessante já que estou fazendo o que gosto que é o ato de ensinar. Sinto que minhas forças se renova a casa aula que ministro e que meu ser sente-se cada vez mais próximo da completude. Digo-lhes também que estou evoluindo (de forma sutil) em minha arte e quero explanar  que a escassez de poemas que tenho escrito não se deve à falta de idéias e sim de uma exigência maior em relação à qualidade dos mesmos pois quero que vocês, meus estimados visitantes, saiam daqui renovados após ouvirem um belo poema. Não escrevo para mim e sim para vós. 
       Bom, creio que este humilde poeta já falou demais. Vamos ao poema que ofereço a minha  companheira poeta Cindy. Lembro-me bem que ela havia pedido um poema sobre solidão. Mostrar-lhe-ei este poema que escrevi no carnaval de 2010, época na qual encontrava-me só e deveras abatido mas também foi a época do início da minha recuperação.


                                   DIA SOMBRIO


                                          "The sun never shone that day
                                                                       From an early dawn the sky was grey"
                                                                                              A-HA  
 Onde está a tão aclamada luz?
O silêncio não mostra traços de alegria
O vazio de um inesperado dia sem sol
Conduz a um único caminho: a letargia!

Resquícios de luz solar tingem o céu
Mas são varridos sem deixar traços de existência
Com uma celeridade deveras fulminante
Por furiosas nuvens que não demonstram clemência!

Aonde foram todos? Aonde foram as vozes?
Os sorrisos, os passos, o calor humano?
Privando-me do sol, da lua e das estrelas
A solidão demonstra um comportamento desumano!

Há alguns dias atrás seria influenciado
Por esta atmosfera tenebrosa e sufocante
Contudo encontro-me feliz mas não por completo
Diferente do outrora melancólico cadáver errante!

Porém néscio não sou, mas o fui
Este monocromático dia é só um aviso
De que outros dias sem cor estão por vir
Como desafio para o meu escolhido destino!

  Espero que este poema tenha preenchido seus anseios, minha cara Cindy. E aos de todos que aqui estão presentes. Bom, se não se importam gostaria de ficar a sós pois preciso refletir um pouco.  Para compensar meu ato deveras anti-social, levarei-os até suas residências ou até um local seguro. Entrem em minha carruagem e garanto que nela estarão seguros. E desde já, agradeço vossa presença e até a próxima.


domingo, 17 de abril de 2011

Les femmes, meu segundo trabalho independente

      Boa noite. Queria hoje apenas falar que meu segundo livro independente está pronto e o resultado final foi deveras agradável, melhor até do que eu tinha imaginado. Alguns amigos compareceram à humilde reunião que fiz para mostrar meu trabalho, " Les femmes", um livro com 18 poemas que aborda a temática feminina em suas páginas. Os poemas falam de mulheres reais e fictícias, boas e más. Agradeço desde já a todos a aqueles que compareceram e aos que não puderam ir que não se preocupem, sua justificativas foram devidamente compreendidas. Muito obrigado pela presença de todos e podem ter certeza que esse não foi meu último trabalho e que outros certamente virão. Até breve!
                                       Capa do Les femmes, tirada por Sharon

                                      Contra-capa do Les femmes, tirada por Sharon     
                                                           Autor e obra
                                 Eu e Evaldo, companheiro poeta membro da SPVA
                                       Rafael, companheiro das mesas de RPG!
                           Minha querida Sharon e Lia, que sempre estão presentes
                           nos encontros que marco para mostrar meus trabalhos.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Um poema deveras sombrio

     Mais uma vez boa noite. Agradeço a vossa presença em minha humilde residência. Gostaria de mostrar-lhes este poema que de certa forma não é dos mais suaves que escrevi. Muitas vezes  a beleza de uma flor é ilusória, uma máscara para esconder o veneno que nela reside. Por isso ficai atentos meus amigos pois essas flores são deveras perigosas e mortíferas...


      O DESABROCHAR  DA FLOR DO MAL


Sob a luz da tenebrosa lua nova
Suas pétalas surgem lentamente
Ela brota saindo de uma cova
De alguém que morreu recentemente

Da semente da maldade ela surgiu
Do desespero alheio se alimentou
Contaminou a carne daquele que caiu
Uma maligna rosácea se tornou!

Poluidora da atmosfera, desreguladora de chakras
Teu aroma tem um dom, co' a sanidade acaba
Teu pólen é afrodisíaco porém venenoso

Maldita parasita que se nutre de carne morta!
A realidade perante ti até se entorta
E o mundo torna-se ainda mais desarmonioso!

    Este poema depois pretendo inseri-lo em um livro com poemas nesse estilo, bastante sombrios. Espero que este poema tenha servido de alerta para vós, não julgai as aparências. Bom, vejo-te em breve. Agora irei recolher-me foi um dia cansativo e pretendo descansar minhas estruturas ósseas. Até a próxima!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Um poema do "Fragmentos de ébano"

    Boa noite, meu caro visitante! Apesar deste tempo chuvoso, vieste me visitar? Que honra! Sirva-se de uma bebida quente para esquentar teu corpo e podes comer  dos aperitivos que deixei em cima da mesa. Enquanto te serves, recitarei um dos poemas  que está em meu primeiro livro, chamado "Fragmentos de ébano." É um livro independente, sem o apoio de uma editora. Espero que gostes deste poema! 


                             PÁSSARO NEGRO

Teu vôo é único e singular
Pairas noa ar como um rei
Só falta para ti um altar
Te vi nos céus e me encantei

Nas correntes de ar tu deslizas
Ninguém pode negar tua majestade
De fato controlas as brisas
De acordo com tua real  vontade!

Quando desces do límpido céu
Todos fazem o maior escarcéu
Tua aparência faz estremecer

Porém faltou dizer mais um fato
Que deixa qualquer um estupefato:
Consumir carne morta precisas para viver!

     Espero que tenham gostado. Este poema foi feito em Fortaleza. Inspirei-me  em um grupo destas aves que estavam à beira da estrada quando estava chegando na já citada cidade. 
      Já estás a se retirar? Entendo. É melhor sair agora que a chuva estiou, não é verdade? Que seja feita a tua vontade. Muito obrigado pela visita e até o nosso próximo encontro. ( sorri discretamente e fecha a porta) 

sábado, 9 de abril de 2011

Luto

     Me desculpem se lhes recebo com este semblante triste mas é que eu não poderia deixar de me sensibilizar com a tragédia ocorrida em realengo, no Rio de Janeiro. Várias crianças inocentes mortas e feridas... é realmente algo que é deveras trágico.Infelizmente é esta nossa realidade: pessoas que são excluídas e discriminadas pela sociedade acabam tornando-se assassinos; pessoas que já possuem uma pré- disposição para ter problemas mentais, que sofrem agressões  sociais e depois tentam se vingar de forma psicótica, até mesmo naqueles que nada fizeram contra estas. 
      Está na hora de pensarmos mais a respeito do modo como tratamos aqueles que convivem conosco em nossa sociedade. Ninguém merece ser discriminado e excluído pelo fato de ser diferente, seja através de ideologias, roupas, religião, opção sexual, comportamento diferente ( geralmente pessoas mais reservadas e quietas são vítimas de rejeição) condições financeiras, classe social, etc. Não existe uma regra na natureza que estabeleça um conceito de superioridade e inferioridade entre nós. Todo e qualquer conceito criado não passa de ilusão, artifício criado para que alguns subjuguem uma maioria e usem isso para alimentar seus egos sedentos por poder. Isso não é a primeira vez que isso acontece no mundo: há muitos outros casos semelhantes no mundo, especialmente nos Estados Unidos, uma nação deveras intolerante. Como disse Michael Moore, eles são "Stupid white men".( Título de seu livro, que em português leva o subtítulo de " uma nação de idiotas.")  Então eu pergunto: quantos ainda terão que morrer para que as pessoas percebam que nem todos têm condições psicológicas de reagir às adversidades causadas pelos outros. Não me entendam mal: não estou defendendo os autores de tamanhas brutalidades, apenas estou dizendo que há uma parcela de culpa da sociedade nesses casos. 
        Peço desculpas se este servo não lhes mostrou mais outro de seus simples poemas porém não poderia deixar de falar nesse assunto. Espero que entendam. Para compensar, deixarem que escolham a temática do próximo poema que irei mostrar-lhes. Amor? Tristeza? Solidão? Morte? Culpa? Amizade? Noite? Dia? Outro tema?
         Para isso, peço que escrevam aqui nestas folhas de pergaminhos suas opiniões e no nosso próximo encontro mostrarei-lhes um poema com a temática mais votada. Agradeço a atenção. Tenham todos um bom final de semana e até nosso próximo encontro. Pode deixar que  abrirei a porta para vós. Tenham uma volta tranquila aos seus lares e que suas ações e seus pensamentos sejam destituídos de cobiça, raiva e ignorância.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O vinho da noite

    Então meu nobre amigo Cláudio escolheu "O vinho da noite". Muito bem, então nos embriaguemos com ele então.
    


             O VINHO DA NOITE


O vinho da noite, o alucinógeno perfeito!
 Ao beber de seu infinito conteúdo
Serei o ébrio mais sóbrio da existência
Possuirei uma ínfima parte da onipotência
Noturna pois a ela estarei amalgamado
Eu, um mortal, tornar-me-ei divino!

Embriagarei-me com o vinho da noite
Que álcool não possui; ao invés deste
Está cheio de constelações e estrelas
Alfas, Betas, Gamas, nebulosas e cometas
Além dos gritos dos desesperados seres
Que somente são ouvidos pela escuridão plena!

   Espero sinceramente que este poema tenha sido do vosso agrado. Peço desculpas mas tenho de me retirar. Eu vos acompanharei até a porta. Adieu, mes amis!

sábado, 2 de abril de 2011

Sobre a letargia

     Boa noite! Mais uma vez nos encontramos. Acomodo-se enquanto procuro entre meus escritos algo interessante para mostrar-te. Achei! Este poema que foi escrito no ano passado e fala sobre a sensação de letargia. Espero que gostem!

       APATIA
Deitado no gélido chão estou
A observar as nuvens no céu
Pensando em tudo que sobrou
De todo aquele doce e suave mel!

De fato ainda estou a me lamentar
Contudo também estou feliz
O papel de vassalo não irei representar
Foi a pior coisa que já fiz!

Como o meu corpo pesa!
Prateado meu sangue escorreria
Ah! Essa mobilidade que me retesa
Como eu amo esta patética apatia!

     Espero que tenha apreciado. Enquanto tu lias, achei aqui outros pergaminhos que possam a lhe interessar. Há vários títulos: Coveiro de mim mesmo, O vinho da noite, Más lembranças, O sol e a lua... qual desses vocês preferem ler em seguida? Espero pela sua ilustre opinião. (Comente abaixo). 


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Minhas sinceras desculpas

      Olá, meu estimado visitante! Desculpe por não encontrar-me  hoje em meu lar, saí para visitar uma amiga por quem tenho uma grande estima. Por isso deixei este aviso fixado à porta. espero que você entenda.
     Para que sua caminhada até aqui não fosse em vão, decidi escrever aqui um pouco sobre o poema que lhe mostrei, Eclipse lunar.
       Ele de fato foi concebido em uma noite de eclipse lunar e na ocasião estava acometido pela doença conhecida popularmente como catapora. Já estava na fase de recuperação. recordo-me também que meu amigo  Thiago PS3 havia ido visitar-me, dias depois de haver me presenteado com o livro "Drácula." Agradeço a ele até hoje por tão valoroso presente. Voltando ao poema, creio eu que ele é fácil de entender, não é algo muito misterioso: é um poema de duplo sentido, que fala tanto do eclipse lunar quanto aquele que ocorre dentro de nós. Isto fica evidenciado no último verso, " a lua está branca mas o eclipse continua no coração." Mesmo após as trevas que encobriam nossa luz terem ido embora,elas deixam marcas indeléveis, que permanecerão sempre em nosso interior. Aí está o grande desafio: lidar com essas marcas.
        Bom, era isso que tinha para lhe dizer. Mais uma vez peço desculpas pela minha ausência e  afirmo que não tardará a nos encontrar-mos pessoalmente. Até breve.

                                                                                    Do seu humilde servo,
                                                                                                 Roberto Noir