sexta-feira, 29 de abril de 2011

Um ser apático

   Boa noite, meu caro visitante. Espero que as coisas estejam indo bem contigo pois comigo não estão. Tenho enfrentado muitas dúvidas que assolam a minha mente e isso vem ocorrendo com frequência. Confesso que meu semblante está demonstrando cansaço já que noite passada não dormi bem. No mês passado ocorreu esse mesmo fenômeno. Foi nessa ocasião que escrevi o poema seguinte:
     
    ENCLAUSURADO

Recluso na minha débil e raquítica ignorância
Trancado no palácio da minha insignificância mental
Apenas observando o incessante movimento do devir
Que segue de forma imperceptível e natural

Nada mais do que um simples e débil vulto
Que se move de forma silente e discreta
Por entre as construções, ruas e cidades
Habitadas por uma maioria não-desperta!

Nesta solitária torre feita de ébano
Dentro do meu humilde chateau noir
Minhas tarefas, ações, escritos, movimentos
São testemunhados por um pálido luar!

O tempo passa de forma sutil e inexorável
Já não o sinto como costumava sentir
Apenas percebo a existência de Cronos
Quando vejo o espelho minha velhice refletir!

Dentro da minha fortaleza continuo a viver
Apenas o mínimo para ser considerado existente
Vivendo o paradoxo de ser um prisioneiro liberto
Algo só compreendido por uma mente demente!

   Bom, espero que me perdoe não estou em condições de ficar muito tempo. Estou cansado e preciso recolher-me para os braços da solidão. Não deixarei-te em tua residência hoje mas num local seguro e mais próximo possível de lá. Perdoa-me...

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