Bem, não sei se vós sabeis mas aqueles que produzem arte várias vezes além de se inspirarem em vários fatos de sua vida pessoal e do cotidiano, muitas vezes se inspiram nas obras de outros artistas.
É o caso deste poema que vou mostrar-lhes agora. Ele foi inspirado por um clássico, cantado pela cantora francesa Édith Piaf, " Ne me quitte pas" ( Não me deixe ). Baseado nele, fiz este poema.
DESNECESSÁRIO
Em homenagem a Édith Piaf
No limiar de toda a incerteza
Quando já não havia mais
Nenhum resquício de absoluta certeza
Tu sussurraste: “Ne me quitte pas”
No palco há muito espaço
Pois lá não há mais nada
Mesmo assim, no auge do cansaço
Disseste “Ne me quitte pas” emocionada
Então, num ímpeto inesperado
Mais uma vez te exaltaste
E com teu coração desesperado
“Ne me quitte pas !!”, tu gritaste
No desespero que é originário
De uma angustiante e suposta partida
Deixa-se à parte o necessário
Esquece-se de todas as saídas
Poios não se enxerga mais
Que não há mais padrões
Foram quebrados juntos com a rima
Tua visão distorcida completamente
Por um comportamento alheio e anormal
Tua mente violada involuntariamente
Por um devasso tão ingênuo
Tudo se confunde mas tudo bem
Fica tudo subentido no não dito
Não há tristeza, rancor, saudade
Só um brilho eterno num olhar juvenil
A refletir uma antiga satisfação
Nem um pouco fora do ritmo... a ousadia foi boa, foi bom conhecer outro lado seu. P mim soou quase como um diálogo comigo mesma. Sabe aqueles movimentos de percepção em que achamos que dividimos o corpo e a alma com outros seres confusos... é como me senti. obg, mas Ne me quitte pas...preciso me recompor, preciso ler, ler.. ler é só o que me resta... e ler vc é ótimo!
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