sábado, 8 de junho de 2013

Números indefinidos

     Boa noite, meus caros! Agradeço do fundo de meu coração por terem vindo visitar-me nesta madrugada chuvosa.
     O poema que mostrarei hoje fala de coisas para as quais não teremos as respostas, já que os fatos narrados acontecem desde épocas remotas. Porém, independente disso, continuamos com nossas vidas. Nietzsche dizia que deveríamos viver nossa vida como se ela fosse se repetir eternamente. Esta afirmação ao mesmo tempo que nos incentiva a apreciar esta vida, ao invés de uma suposta vida metafísica, assim como faz com que nós tenhamos vontade de mudá-la , caso não a apreciemos. Pelo menos esta é minha interpretação.
   Enfim, vamos ao poema.

    INCÓGNITA

Quantas bocas foram beijadas?
Quantas peças foram tiradas?
Quantas páginas foram passadas?
Quantas pessoas foram amadas?

Quantas mesas foram servidas?
Quantas taças foram sorvidas?
Quantos sorrisos foram dados?
Quantos abraços foram compartilhados?

Quanto sangue foi derramado?
Quantos inocentes foram machucados?
Quantas pessoas foram salvas?
Quantas ainda permanecem calmas?

Quantos foram os que caíram?
Quantos foram os que partiram?
Quantos foram os que se ergueram?
Quantos foram os que venceram?

A vida é bela como a visão noturna do universo
A vida é horrível como a dantesca visão do inferno
A vida é doce como o aroma das rosas
A vida é amarga como sanguíneas gotas

E assim segue essa misteriosa dualidade
Tão estranha e com tamanha imparcialidade
Por mais ruim que seja, melhor com ela estar
Do que com uma versão divina sonhar!

 

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