sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Marcha do lixo


      Boa noite, meus caros! Há quanto tempo! Como têm passado?
      Sim, de fato voltei antes do previsto e oficialmente estou de volta porém não com poesia. Eu estarei aqui para falar de um protesto que houve hoje, a “Marcha do lixo”, cujo propósito era depositar lixo na frente da prefeitura, como uma forma de protesto contra a falta de coleta de lixo na cidade de Natal.
      O que foi bastante interessante, como estava a comentar com meu colega blogueiro Marquidones “Zero”, é que não só estudantes estavam envolvidos no protesto. A população esteve unida contra a má gestão da prefeitura e não apenas um segmento da mesma.
     Como vocês verão nas fotos, o lixo foi removido por uma carro da Líder. O que chamou a atenção foi a rapidez com que o carro veio: depois de cerca de 50 mins depois do início do protesto, ele veio para recolher o lixo. Ah, se fosse sempre eficiente assim... o povo, Manifestantes sentaram-se na rua para que o lixo não fosse recolhido. Depois de muita conversa, o lixo foi recolhido, sob gritos de protesto dos manifestantes.
     O atual prefeito, Ney Lopes jr, apareceu para falar com os manifestantes, atitude rara num político (quantas vezes Micarla falou com o povo?). Não estou aqui a defender o prefeito mas a atitude dele foi deveras interessante, isso não se pode negar. Disse que havia pago os garis e cerca de 70% dos trabalhadores do município e que a coleta estava sendo regularizada. De fato, ontem vi um carro da Líder nas ruas do centro mas o processo está sendo lento. Espero que o processo se agilize depois do protesto de hoje.
     Infelizmente havia um sujeito no meio do protesto que ficava criticando aqueles que segundo ele, "ficão apenas tirando fotos" e " só ficam olhando". Ele se acha revolucionário mas na verdade só queria aparecer mesmo. O verdadeiro revolucionário não critica, ele instiga os outros a se revoltarem. Meu desinformado cidadão e pseudo-revolucionário, para você que não sabe, existem muitas maneiras de se manifestar e revoltar. Gritar palavras de ordem é uma delas e era o que muitos estavam fazendo. E a presença é importante, já que mostra que várias pessoas estão insatisfeitas e deixa o movimento mais numeroso e consequentemente mais forte. Você se diz revolucionário mas não sabe nada, meu caro. 
     Vejam agora algumas fotos que tirei no protesto. No nosso próximo encontro, prometo que trarei um poema para mostrar-lhes, Até nosso próximo encontro, que não mais tardará. As atividades no Château Noir estão de volta.

                                       
                                     Início do protesto (aproximadamente 15:20)



                                               
                                   Rua Ulisses Caldas bloqueada pelo lixo. 

                               Este guarda municipal usou da força contra um senhor que estava manifestando sua insatisfação com a falha administração da cidade. Felizmente nada de mais grave aconteceu.


                                            
                     Manifestantes sentam-se na calçada para impedir que a líder viesse tirar o lixo.
            Policiais disseram que estávamos obstruindo o direito de ir e vir das pessoas. Mas o       Estado não viola nossos direitos todos os dias? Direito  à saúde, à educação, etc? 
                                   

                                     
                             Se sempre houvesse essa eficiência seria ótimo!

                                               
                                              Panfleto sobre o protesto

                          
                    O atual prefeito Ney lopes Jr. falando com os manifestantes.

                                        
                                     Após a conversa com Ney lopes Jr.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Procura


 Era noite. O vento soprava de forma suave, quase imperceptível. Apesar de ser noite, ainda fazia um certo calor, comum nesta época final do ano. Uma coruja fazia um voo solitário por cima do castelo. Ao olhar para ela, notou que havia uma tênue luz que vinha da janela no andar de cima. Será que ele poderia estar lá?
     Aproximou-se da entrada de forma lenta. Por que essa necessidade de não fazer barulho? Afinal, não queria ser ouvido, falar com ele mais uma vez? Perguntou-se se havia sido a única pessoa a vir aqui nesse tempo em que ele ficou ausente. O silêncio era tão opressor que poderia ouvir seu próprio coração bater. Ansiedade? Pelo quê?
     Colocou a mão na porta, empurrando-a. A porta estava aberta. Por que não estava trancada? Mas é claro! Quem é que viria aqui neste solitário pedaço de mundo? Apenas aqueles que gostam de vir aqui frequentam estas regiões ermas e estes são pessoas confiáveis. A existência deste local é desconhecida para a maioria dos seres vivos. E além do mais, não há muitos objetos de valor por aqui. Então, trancar a aporta para quê?
     Empurra a porta. Ela se abre, emitindo um ruído característico. Nota que um candelabro está aceso e as velas estão no fim, não durarão mais do que meia hora. Há uma luz que vem dos aposentos superiores. Decide ir até lá todavia algo chama a atenção. Um caderno em cima da mesa, com algo escrito. Pelos traços, parece que foi escrito com uma certa calma, a letra está legível, apesar de não ser muito bonita. Pega do papel, senta-se à mesa e começa a ler.
     
       

            O mundo. Este lugar onde vivo atualmente. Alguns dizem que nele já vivi em outras épocas, que não é a primeira vez que percorro este planeta. Houve outras épocas, outras sensações, outros nomes. Nada posso dizer a este respeito, já que não há recordações que não sejam desta época atual. Isso também não mais me interessa. Não mais. Tenho outras preocupações mais palpáveis.
      Meus pensamentos não são mais os mesmos, assim como o meu corpo. A mudança é notável, não é preciso ser deveras perceptivo para percebê-la. Poupo tempo, não é necessário descrever nada, basta um simples olhar e tudo será apreendido de imediato. No caso dos pensamentos, já não é tão simples. Não se pode perceber as vicissitudes da mente em um relance, é necessário uma análise profunda, contudo uma breve síntese da situação pode ser providenciada. Não deve ser uma tarefa das mais árduas. Parece que também seria um grande favor para os que possuem a dúvida em seu interior.
      Dizem que quanto mais distante do mundo alguém se encontra, mais perto de se encontrar.  Pode até ser verdade, mas essa antítese traz certas consequências. Primeiramente há um certo ostracismo ideológico da maioria em relação a este ser, este podendo ser involuntário ou não ( na maior parte das vezes não o é).  O problema maior surge quando o ostracizado não está acostumado com a solidão e dela não sabe tirar proveito, devido a uma mínima quantia de sabedoria (se é que se pode medi-la) e devido à educação que é dada a todos, já que se acredita cegamente que alguém só pode ser feliz na companhia de outrem ou de um grupo. Pode –se citar também a evolução mental, que parece ser o maior dos pesos, já que não há mais a desculpa do não-saber.  Todas as ações, as falas e pensamentos que são nocivos são censurados imediatamente. Não se pode falar de verdade de uma maneira geral (afinal, qual é a Verdade? Não seria mais correto falar sobre “verdades”?) contudo deve-se concordar que a consciência é implacável, especialmente quando seu possuidor tem acesso a conhecimentos mais profundos, quando este começa a ver de forma mais profunda. A dor do erro chega quase que imediatamente, junto com a censura do ato. Como escapar de tão ferrenha fiscal?
     A resposta para essa questão? Ela não existe. Sim, não há motivo para tanto espanto. Garanto que esta não é a primeira vez que uma pergunta ficou sem resposta e nem será última. Entretanto, existe uma alternativa: não mais errar. Dessa forma não se sofre mais as críticas da consciência e o sofrimento cessa, o do criminoso e daqueles que estão próximos a ele, as suas vítimas.
      Alguns recorrem a meios para auxilia-los nesta empreitada. Uns buscam ajuda na religião (embora vários destes a usem apenas como uma fachada para seus erros), outros buscam o ensinamento dos grandes mestres da sabedoria e há aqueles que buscam em ambas as alternativas. Os mais sensatos também observam e estudam seus próprios atos. Se deve haver uma mudança, por que não começar a se observar para depois buscar fontes externas?
      Porém de que adianta tudo isso se não há um certo afastamento, se não se fica longe das fontes que causam o sofrimento? Sartre dizia que o inferno são os outros. Ela não deixou de ter razão, contudo seria correto por a culpa apenas nos outros?
      Uns poucos preferem se afastar, para assim poder purificar suas mentes, apara que não haja influências externas. O pensamento oriental diz que é bastante recomendado praticar uma reflexão solitária a fim de evitar contaminação e/ ou distração da mente que almeja alcançar o estado superior. Deve-se ratificar que não se trata de uma verdade absoluta, é apenas mais uma opção entre tantas.
     Por isso, existe esse vazio. Porque a opção do Oriente pareceu mais viável. Todavia é preciso lembrar-se do estado de impermanência que diz que nada dura para sempre. Que nada terá a mesma forma e aparência sempre, que tudo destina-se ao fim. Creio que essa seja uma verdade muito visível, apesar de muitos não perceberem. Mas basta apenas uma pequena análise e tudo fica compreensível. Nada escapa do tempo. Este sim é absoluto, muito diferente de nossas crenças, pensamentos e vaidades. Ele é o verdadeiro imortal...
     Tudo isso para lembrar que nem sempre a morte é o único meio de acabar com o sofrimento. É possível que um árduo esforço solitário possa cumprir essa tarefa. Ou não. Depende se a escolha foi correta.
    Desta vez parece que foi.

     Após a leitura, fecha o caderno. Realmente era isso mesmo, como havia sido dito antes.Olha para a luz que vem do andar de cima. Levanta-se e decide ir embora. Não é preciso subir as escadas. A mensagem foi compreendida. Sem nenhuma hesitação, sai do castelo e decide que deverá passar um tempo longe daqui. Será que mais um mês de ausência será suficiente para ele?
     Enquanto o visitante se distancia, uma figura, cuja identidade é protegida pelas sombras de seus tenebrosos aposentos, observa seus passos da janela superior do castelo. A figura dá um leve sorriso. então, com um repentino vento, as luzes do castelo se apagam e não é mais possível ver nada do seu interior.A única luz que se vê é de uma pálida lua crescente e esta já está a morrer no horizonte oeste...

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Hiato, doce hiato (indo visitar uma amiga).


      Boa noite, meus caros!  Sejam bem-vindos mais uma vez ao meu humilde lar! Espero que esteja tudo bem convosco.
       Venho avisar-vos de que hoje será nosso último encontro neste ano. Sim, entrarei em um hiato por motivos pessoais, filosóficos e artísticos. Preciso descansar um pouco e além do mais, estou com um problema de excesso de informação e preciso do maior tempo possível para assimilar toda ela e mesmo assim sei que todo o tempo que eu dispuser será pouco. Também pretendo adiantar meus projetos e leituras: como devem saber, aprecio muito a arte e suas mais variadas vertentes. Também  pretendo adiantar o romance que estou a escrever e começar a escrever  um romance utópico, nos moldes de “ A utopia” de Thomas Moore e  “A república” , de Platão. Outro motivo da pausa são as reflexões filosóficas e as meditações que aprecio fazer e que tanto bem fazem para minha pessoa. Estas reflexões serão publicadas em um livro posterior , algumas delas mostrei em nosso último encontro, espero tenham gostado.
      Essa pausa não tem um tempo determinado para acabar mas creio que em Janeiro estarei de volta, contudo não posso precisar a data. Provavelmente em meados do mês já citado.
    Bom, vamos ao poema. 

                                           A última canção do ego


Mais uma vez o clímax foi atingido
Mais uma vez foi deveras intenso
Não fui de forma alguma restringido
Estou farto, sinto-me assaz denso!

Depois de tudo isso, após um tempo
Sinto desejo, novamente a fome vem
Nada mais serve-me de acalento
A não ser procurar algo ou alguém!

Maldito ciclo que jamais termina
Desgraçada rocha que não cessa de cair
E que sempre retorna lá para cima
Quase tenho vontade de desistir!

Mas é estupendamente bem mais forte
Essa sensação de gozo insatisfeito
Que provavelmente durará até a morte
Aí sim (talvez) dê-me por satisfeito!

Contudo até lá acredito que muito falta
Há ainda muito que desfrutar
Deixo-me levar por essa insânia incauta
Que ainda há de me alegrar!

Porém esta voz! Ela nunca cala!
Sempre a me dizer: “Basta, Basta”!
Não suporto mais essa desgraçada fala
Que todos os dias só me desgasta!

Ela diz que para mim será bem melhor
Que não prove mais das delícias
Que certamente será bem pior
Se prosseguir com estas estultícias!

“Satisfazer teus infinitos desejos carnais
É uma tarefa que é impossível
Vontades que tornar-se-ão abissais
E teu final será bastante desprezível

Venha comigo para a luz, amigo
A luz da qual foste há muito separado
Confie em mim, não sou inimigo.
E sim o teu mais confiável aliado”

Cala-te! Perturba-me, é fato
Com tuas palavras incessantes,
Com teu discurso logicamente abstrato
Arte-finalizado com lamúrias suplicantes!

Contudo se me atormentas tanto
Por que me sinto um pouco tocado
Por teu discurso que é quase um pranto
Prestes a deixar-me mais revoltado?

É a magia da tão desconhecida essência!
Aquela que todos deveriam conhecer!
Com esta aqui, é razão ou demência
Pois é uma dama linda de morrer!

Que sentimento grande e avassalador!
É uma paz bastante difícil de sentir!
Ele destrói toda a minha patética dor
De meus tolos erros desejo me redimir!

Uma música diferente principia a tocar
Bastante diferente da de outrora
Que me fazia por loucuras ansiar
Coisas nas quais não penso agora!

Está bem, minha amiga querida!
Para a luz irei sem demora, vamos!
Mas devo dizer-te antes da ida
Que lentamente nós sempre caminhamos

Passo a passo, inicio esta jornada
Ao lado de uma estranha que é familiar
Que é minha parte mais amada
De quem nunca devo me separar!

Adeus! Que sempre haja uma lembrança
De minhas orgias físicas e transcendentais
Que seja eu sempre uma precoce criança
A brincar alegre em proibidos quintais!

Que eu possa um dia estar novamente
Amalgamado com o fluxo incessante
Que separada não mais seja minha mente
Que ela seja sempre ubíqua e rutilante!


   -Até breve, queridos! Até o próximo ano!
    Ditas essas palavras, fechou as portas do castelo. Admirou a lua crescente que estava a se por e lembrou-se do aroma das flores do jardim. Enfim, iria passar um bom tempo com sua melhor amiga. Ah, aquela amável senhorita dar-lhe-ia mais uma vez a honra de sua rutilante companhia. Ele mal podia esperar, estava ansioso (algo que não é comum para ele) pelas conversas sobre arte, filosofia e humanidades em geral. Poderia passar a vida assim , imerso em meio a um turbilhão de palavras, pensamentos, imagens e música. Todavia sabia que não era assim sempre e que deveria aproveitar todo o tempo possível ao lado dela. Via-a frequentemente, verdade, entretanto não eram comuns os momentos que ficavam juntos por muito tempo.
      Depois de liberar-se de seus pensamentos, abriu os olhos e olhou as escadas que levavam a seu quarto. Ainda havia uns últimos ajustes a serem feitos. Depois dormiria e partiria pela manhã. Ele mal pode esperar...

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Reflexões de um poeta filósofo


       Boa noite, meus caros! Tudo bom com vocês?  Espero que sim, a recíproca certamente é verdadeira.  
       Não sei se já comentei  com vós, tenho como projeto futuro escrever um livro de pensamentos, em forma de aforismos, grandes ou pequenos, mais ou menos como fazia Nietzsche em seus livros. No momento tenho escrito apenas  60 destes textos, mas como  o ato de reflexão é contínuo, estou sempre a escrever algo e quero partilhar convosco alguns desses escritos. Vamos a eles:

      Acredito que o ser mais perigoso que existe é o fanático, pois este captura a realidade de forma egoísta e além disso a demonstra de forma opressiva e tirânica, em forma de um dogma.

    Alguns nunca tiveram, outros tiveram pouco, alguns tiveram demais, outros tiveram o suficiente. A ânsia por algo depende desses diversos fatores relativos à experiência. Contudo isso não é uma verdade absoluta, pois muitos que já tiveram bastante de algo ainda anseiam por muito mais, numa sede e fome sem fim.

    Algumas pessoas dizem que por mais que nos esforcemos não conseguiremos mudar o mundo. Esse é o artifício do estado dominador: fazer com que nós nos acomodemos com a situação, tornando-nos submissos às suas ordens e pensamentos autoritários.
      
      Muitas pessoas podem vir a se perguntar quem elas são. Essa pergunta torna-se difícil de responder visto que há múltiplas opiniões sobre elas. Então a resposta recusa-se a surgir, afogando-as em um mar de dúvidas. “Serei eu uma pessoa só ou várias, já que há várias opiniões sobre mim?” Essa é a pergunta mais comum. Acredite, ela não vem acompanhada sem uma certa angústia
      Imaginemos um dado. Ele tem várias faces, cada uma com um número diferente. Nós somos como esse dado: temos vários números, vários estados diferentes, que representam vários humores, que mudam de acordo com a situação. Não há vários dados sobre a mesa: existe apenas um, que rola várias vezes, mudando seus resultados de forma inconstante. O ideal seria que esse dado permanecesse parado, num estado que nos permitisse enxergar o mundo sem conceitos e livrar-nos dos sofrimentos que se originam destes.

     Nós passamos a maior parte do tempo obcecados em saciar nossos desejos, mesmo que isso envolva machucar outros. Nada fazemos para tornar-nos pessoas melhores: não procuramos olhar para outra pessoa sem conceitos, não procuramos apreciar a arte e não nos conformamos em obter apenas o necessário para satisfazer nossas necessidades.
     
     Uma coisa que sempre faço é fazer um check-up na minha revolta. Verifico se ela está em um nível aceitável, nem muito acima nem muito abaixo do limite. Tenho um cuidado especial para não mantê-la muito abaixo, senão há o risco de tornar-me mais um conformado e seguir o rebanho em suas atitudes destituídas de bom senso. Dizem que um homem está morto quando deixa de amar. Eu digo que um homem está morto quando ele não mais se revolta. Se um dia isso acontecer comigo, rogo-lhes que façam de tudo para ressuscitar-me. Se o fizerem e eu não reagir, é porque eu mereço estar morto. Então não se preocupem, apenas larguem meu cadáver e deixem que os abutres da ignorância venham me devorar.
     
    O fanatismo é um mal para a sociedade, seja ele devido à crença, ideologia, país ou filosofia. O fanático é idiota o suficiente para crer que a verdade que ele prega é verdadeira pelo simples fato de acreditar nela. Ou seja, além de idiota, é egoísta.

    Fala típica do ego: “EU gosto do que vejo no que EU vejo, pois EU me vejo”

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Parceria poética 2

    Boa noite, meus caros! Uma noite sem lua no dia da filosofia. Um dia especial que dedico a todas as mentes pensantes e a todos que ousam questionar os valores atuais e através do ato de pensar, tentam fazer um mundo melhor para todos. 
    Como prometi em noites passadas, apresento-lhes hoje dois poemas que fiz em parceria com minha amiga Sharon, a quem desejo tão bem. Ambos foram feitos em 2010 e estão no meu primeiro livro independente, "Fragmentos de ébano". O 2° poema, "Máscaras",  foi feito em um chat pelo Msn, onde pedi para que ela dissesse uma frase qualquer para que eu pudesse continuá-la e então ela mandou-me os dois primeiros versos. Então continuamos e o poema saiu naturalmente, em cerca de 10 mins, como se estivesse sendo escrito por uma pessoa só. Os poemas foram escritos em Junho e Julho.
    A seguir, os poemas que escrevi com minha amiga Sharon Ligian.

   

              ÊXODO
                                                 Escrito por Sharon e Roberto Noir

 Um dia eu abrirei minhas asas
 E partirei para longe, bem longe
 Não sei o que é a palavra mãe
 Pelo menos não absorvi sua essência

 Minhas negras asas fundirão-se com o universo
 E com ele tornarei-me uno
 Serei livre como os furtivos morcegos
 Que voam sob a luz do belo plenilúnio
        

   MÁSCARA
                       Escrito por Roberto Noir / Sharon Ligian

A verdade que ocultas em teu pensamento responde
À realidade de algo em tua vida que é ficção
Talvez seja algo poderoso o suficiente
Para destruir tua alma e teu atormentado coração

Por isso te escondes atrás duma máscara
Que mostra uma débil felicidade dissimulada
Ocultando uma maldita e debilitante lembrança
Que obsessivamente insiste em ficar enraizada!


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Contra o capitalismo selvagem


     Boa noite, meus caros! Sejam bem vindos mais uma vez, sintam-se em casa! Vamos conversar um pouco hoje? Sim, nada de poemas, deixemos para a próxima vez, espero que não se importem.
      Creio que vós notais o quanto nossa sociedade é movida pelo dinheiro e pelo consumismo. As empresas nos estimulam a comprar cada vez mais coisas supérfluas, apenas para mostrarmos aos outros que temos condições de ter os objetos em questão. O fato é precisamos de fato desses produtos? Na maior parte das vezes, não. E ainda temos os altos impostos sobre estes, impostos estes que ficam atrás de pouquíssimos países, como Suécia e Alemanha. A diferença é que nesses países os impostos retornam para o povo, que não paga por educação e saúde. A alternativa para driblar os impostos? Comprar produtos importados ou piratas. Não sou a favor de produtos piratas, não os compro, (mas já comprei várias vezes e faço downloads de várias coisas) porém eu costumo dizer que, assim como a igreja católica criou o ateísmo, as próprias industrias contribuíram para que os produtos piratas aparecessem. Os piratas são os “ateus” da indústria capitalista e o que se vê é uma verdadeira inquisição do capitalismo, que começa a sentir os efeitos da sua própria exploração.
          
     Devem ter notado que a arte tornou-se deveras relativizada: chama-se qualquer um que faz uma música, escreve um livro e pinta um quadro (por mais medíocre que sejam) de “artista”. Isto é deveras preocupante, pois enquanto pseudoartistas têm toda a atenção da mídia, grandes artistas, artistas de verdade, não recebem o mínimo de atenção do governo e da população. Não há incentivos, não há divulgação, não há nada para eles. E o povo clamando pelos falsos artistas, que não contribuem em nada para a sociedade...
        

     
      Temos um grande problema aqui: o capitalismo selvagem. Esta besta faminta devora tudo o que tem pela frente. Não se importa com o bem-estar da população, com a educação, com a arte, com tudo que faz bem para o ser interno que há em cada um de nós. O que fazer para combatê-lo?
     Simples: desligue-se da massa! Reme contra a correnteza! Fuja do rebanho, vá para bem longe dele! Procure coisas que façam bem para você! Leia bons livros, assista bons filmes, ouça boa música, escolham bem vossas amizades, enfim, faça algo que te torne uma pessoa bem melhor, que te faça evoluir. Sêneca dizia que as coisas boas não devem ser identificadas pelo gosto da maioria. Para mim, esta é uma ótima diretriz para ir em busca de coisas que possuam qualidade.
     
     Então, vós dizeis: “Mas essas coisas são caras. Livros são caros, filmes são caros, álbuns de música são caros, games são caros. O que fazer, então?”
    Eu vos digo: boicotem o capitalismo! Recorram aos usados! Visitem sebos, façam trocas, emprestem! Façam downloads (lembrem-se: artistas ganham com shows, as gravadoras ficam com todo o dinheiro da venda de CDs. Só assim elas sentiram na pele o que os consumidores sentem.)!
     Visitem pequenas lojas de roupas, para quê ficar pagando tanto por uma roupa se ela só serve para cobrir o corpo? Pagar só pela marca, pelo status? Vamos, vós serdes bem melhores do que isso!  Visitem os bazares, há muita roupa usada e baratíssima, especialmente para mulheres. Não minto: roupas que na loja custa  mais de 100 reais, nos bazares chega a custar 5 reais!!! E em perfeito estado de conservação!
      Não comprem automóveis, cobrem um sistema de transporte coletivo melhor e com um preço mais acessível. Em países como Suíça, boa parte da população não tem carro, não porque não podem comprar, mas porque não precisam dele, já que o transporte público é de qualidade elevada. Pense na tragédia que será o trânsito se todos comprarem um carro...
      Não lanchem nessas grandes empresas de fast food que ganham milhões, exploram seus funcionários e lhe oferecem uma comida de gosto duvidoso por um preço astronômico!  Garanto que todos os presentes aqui conhecem alguém perto de vossas casas que faz uma boa comida, mais gostosa, com um preço mais acessível e até mais saudável!
      Usem a internet, procurem por lojas virtuais, pesquisem o menor preço e jamais envergonhem-se de possuir coisas usadas e baratas! Vergonha é ser conivente com esse sistema e não se revoltar contra ele! Comprem através dos sites de compras coletivas! Usai da vossa sabedoria, não custará nada, vos garanto, muito pelo contrário, depois de seguir essas dicas, garanto que dinheiro para pagar vossas coisas não será mais problema, e verás que de fato, não precisamos de tanto para viver, o problema é que desejamos somente o que é caro e desnecessário.

     Então é isso, meus caros. Falei o que tinha de falar. Agora gostaria de ouvir vossa opinião, vossas críticas e quem sabe ideias para que possamos ter uma vida melhor e menos consumista.
       
      Antes de ouvir vossas palavras, mostrarei alguns links que deverão ser deveras interessantes e úteis para vós.
   
    Estante virtual, site onde milhares de  sebos de todo o país estão cadastrados. Muito difícil  não achar o que se procura...
       http://www.estantevirtual.com.br/

    Sebo desapego, grupo aqui de Natal onde se negocia livros usados. Já fiz negócio por aqui, foi muito gratificante!
       https://www.facebook.com/groups/sebodesapego/?fref=ts

    Veja o quanto nós pagamos de impostos... é assustador... e revoltante, pois não vemos esses impostos investidos da forma que deveriam.
     http://www.fiepr.org.br/sombradoimposto/FreeComponent14466content115735.shtml

     Grupo de compra e venda de consoles, games e acessórios em geral. 
     https://www.facebook.com/groups/194577074004175/

     Música muito boa de Ney Matogrosso, exemplo de música empolgante e que faz refletir. Uma coisa nunca precisou andar separada da outra.
      http://www.youtube.com/watch?v=wttoOxnyBnI

      
     

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Parceria poética.

    Boa noite, meus caros! Como vão? Espero que esteja tudo muito bem com vocês.
    Hoje mostrarei um poema que escrevi em parceria com uma amiga que também escreve há um certo tempo; ela chama-se Lua. Não, este não é o nome dela, assim como o meu não é Roberto Noir. 
     A ideia foi dela, ela mandou-me o poema e pediu para que eu completasse. A temática do poema também é ideia, por isso posso dizer que eu sou o co-autor deste.  O minha maior preocupação foi dar prosseguimento á qualidade que nele havia. particularmente gostei do resultado final, especialmente a mescla do estilo carnal dela com meu estilo metafísico. Bom vamos ao poema e vós podereis dar vossa opinião.

     Dois Poetas

Duas almas
À procura de significados únicos
Dois corações
À procura de palavras perfeitas

Noturnos são os versos que escrevem
Amor e dor estão em suas poesias
Sombrias são as coisas que os inspiram
Dor e amor fazem parte de suas vidas

Poetizando, escrevem suas histórias
Da idade das trevas aos tempos modernos
Quadras, versos e rimas
Inebriam quem rende-se à poesia

Encanto e mistério
Ambos exalam no ar

Dois corpos
Deixando-se levar pelas coisas que os saciam
Duas criaturas
Cujas mãos escrevem paixões e ilusões

Sonhos são metafisicamente edificados
Por sobre as ruínas de suas desilusões
Do solo maculado de suas angústias
Brotam rosas diversas que exalam um doce perfume

Preenchem o ócio de suas efêmeras vidas
Relatando todas as suas experiências
Deixando para toda uma posteridade
Registros de combates, vitórias e derrotas

Ah! A magia da onipotente arte
Até o fim haverá de os guiar!

(Lua e Roberto Noir – 27 Ago 10 / 07 Set 10)

        
    Espero que tenham gostado.Em outra oportunidade, mostrarei dois poemas que fiz com minha amiga Sharon Lígian. Até Breve!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Prenúncio de uma breve ausência

     Boa noite, meus caros> Como vão? Que bom que não demoramos desde nosso último encontro. Bom, antes de apresentar-lhes o poema, tenha algo a dizer-lhes.
      Nesse mês de novembro tentarei postar mais coisas no meu blog, já que no mês de dezembro ficarei um tanto ausente. No final do mês de Novembro creio que essa ausência far-se-á visível. Deverei voltar às atividades normais em Janeiro. Às vezes é preciso ausentar-se para refletir, a solidão proporciona ótimos momentos de reflexão.
     Este poema fiz hoje, em um momento de inspiração como nunca mais havia ocorrido comigo. è sobre um tema que tem atraído -me bastante ultimamente.  I hope you enjoy, my friends!


PRECAUÇÃO

É uma tarefa deveras difícil
Esquivar-se de tanta ignorância e maldade
É tão distante e tão diferente
De fato, é um outra realidade

Posso ficar longe da mira
Então para quê ser alvejado?
Se posso ser livre e independente
Para quê a eles devo ser acorrentado?

Nunca mais darei ouvidos
Para discursos sobre vida social
Viver em sociedade é um caos
Quando ela está contaminada pelo mal

Eu não mais cairei
Eu não mais me deslumbrarei
Eu não mais me machucarei
It’s better to stay away




domingo, 28 de outubro de 2012

Chapitre Un

    Boa  noite, meus caros amigos! Sejam bem vindos! Bela noite de lua cheia, não acham? Que tal ficarmos aqui fora e aproveitarmos esse belo plenilúnio? Boa ideia, não acham?
    Hoje apresentarei aqui o 1° capítulo do romance que estou escrevendo, chama-se "Metáphisique". Gostaria de ouvir vossa opinião sobre minhas habilidades em escrever prosa, já que não tenho tanta experiência nesse ramo. Ontem eu terminei o capítulo XIII. Também estou com um projeto de um livro de reflexões filosóficas, livro esse que está sendo escrito aos poucos e um romance utópico, que irá falar sobre uma sociedade perfeita em que as pessoas tem bons valores e valorizam a verdadeira arte.
    Dadas as explicações, vamos ao texto:

  Cap I
Au revoir

       Mais uma vez encontrava-me no interior daquela suntuosa e nívea sala. A mobília mais uma vez fazia-me ter um orgasmo estético, assim como o restante da decoração: os castiçais, os quadros, a escrivaninha e tudo que a ornava de forma que ela fosse um simulacro do Olimpo. Por muito tempo senti-me um deus ao residir aqui neste palácio mágico que por anos fez-me viver uma ilusão poderosíssima, fazendo-me crer que de fato eu pertencia a este lugar. Hoje, com a magia quebrada, vejo que a realidade é outra completamente diferente. A questão que permanece é se esse encanto pelo qual vivi sob jugo por tanto tempo foi de fato efeito desta morada ou foi algo que impus a mim mesmo. Bom, acredito que isso não fará muita diferença agora pois neste momento percebo que esse nunca foi o meu lugar. Agora que olho para mim mesmo e vejo meu sobretudo negro, meus longos cabelos escuros, minha pele bronzeada e meus olhos castanhos... como pude viver por tanto tempo iludido? Foi preciso um grande ferimento que quase causou minha morte para fazer-me despertar deste sonho maldito no qual estive por tanto tempo. Eu sou a antítese desse lugar!

   “I’m a creep, i’m a weirdo
    What the hell am I doing here?
    I don’t belong here”
           Radiohead, “CREEP”

      Desperto de meus devaneios ao ver aquela alva figura aproximando-se de mim. Estava linda como sempre foi. Usava um lindo vestido branco que cobria todo o seu corpo, privando-me da visão de sua pele. Os seus longos cabelos dourados e flamíneos estavam soltos, emulando uma enorme cascata de ouro líquido cujo valor era inestimável. Seus olhos azuis estavam a fitar-me de uma forma que nunca vira antes. A forma como olhava-me com aqueles olhos fez-me descobrir o que tinha para dizer antes que os seus lábios movessem-se com a intenção de proferir as palavras desejadas. Então, com aquele seu caminhar peculiar aproximou-se de mim, parando por alguns instantes. Olhou para o chão, depois olhou para o meu rosto. Senti que ela tentava em vão saber exatamente o que eu sentia naquele momento, como se tentasse ler minha mente. Na verdade se a ela pudesse ser concedido algum desejo, não tenho dúvidas de que ela escolheria o dom de ler mentes somente para desvendar os mistérios de minha melancólica alma. Alma, mente... alguns dirão que são coisas diferentes. Bom, para os franceses é exatamente a mesma coisa, tanto que eles usam a mesma palavra para denominar os dois, Espirit. Já aqueles que usam a língua inglesa usam duas palavras, assim como nós: soul e mind, respectivamente. Mas acredito que não cabe a mim tentar enveredar-me pelos mistérios das mais diversas línguas para descobrir quem de fato está com a razão. Isto não elucidaria o problema, muito pelo contrário, dificultaria ainda mais a questão e faria com que se tomasse outro caminho que conduziria para longe da estrada principal. Aliás, é o que está acontecendo neste momento. Retornemos então à estrada principal, visto que essa para qual eu os conduzi é por demais oblonga e maçante. Pardon moi.
      Depois de algum tempo fitando-me os olhos, ela deu um suspiro e perguntou:
      - Esta é tua decisão final? Irás partir?
      - Sim, estou certo de minha escolha.
      Quando disse isso, senti um calafrio percorrer todo o meu corpo. Acredito isso ser um fenômeno bastante comum, levando-se em conta que nunca pensei em articular tal sentença. Creio ser isso o que chamam de angústia mas não uma angústia qualquer; é algo assaz esmagador, como se fosse um monstro criado pela mais maligna das entidades divinas apenas com a intenção de lacerar a alma de suas vítimas. Acrescento aqui que naquele exato momento eu sentia que aquilo era apenas o princípio de uma dor que com o passar dos dias tornar-se-ia cada vez mais insuportável, a ponto de fazer-me desejar ter um encontro precoce com Tânatos. Desculpem-me se pareço ser muito dramático ao usar essas palavras. Contudo foi exatamente assim que interagi com a realidade naquele momento, tudo que consegui perceber era a desgraça que se abatia sobre meu ser.
      - Podes visitar-me se assim desejares.
      - Isso não ocorrerá. Não há motivos para minha permanência aqui, mesmo que por apenas alguns instantes. Não há sentido, bem o sabes.
      -Sempre foste deveras dramático- ela disse, esboçando uma expressão de desdém.
      -Estou apenas sendo realista.
       Assim falei porém sentindo-me como uma vela que luta para permanecer acesa enquanto o vento sopra forte após abrir com violência as janelas de uma suposta residência.
      -Tua luz antes iluminava meu caminho, agora apenas me ofusca.- continuei, rompendo a barreira de silêncio que havíamos criado entre nós.
      - Vejo que não voltarás atrás em tua escolha. Nunca foste de fazer isso. Então isso é um adeus definitivo...
      Não respondi, apenas dirigi-me em direção à porta que conduzir-me-ia para fora daquele cômodo cuja luminosidade começava a incomodar minha pessoa. Mesmo não olhando para trás pude perceber claramente que ela estava seguindo meus passos. Cruzei a porta e continuei a caminhar. Então notei que ela não mais me seguia, havia parado na frente da porta e permaneceu estática a me observar. Parei de caminhar e fazendo um movimento com o pescoço virei minha cabeça para trás, mas não totalmente, não formando um ângulo de 90 graus como esperado de um movimento desse tipo. Fiz desta forma pois o objetivo não era olhar dentro dos olhos dela e sim apenas ser cortês. Sabe-se que para falar com alguém, se não desejas olhar nos olhos daquele com quem vós falais, ao menos esteja de frente com este.
      -Adeus, minha cara. Se um dia tornarmos a nos encontrar, que seja de forma breve e indolor para ambos.
      -Adeus.
      Essas foram as últimas palavras que dissemos um ao outro.
      Logo após, continuei meus passos em direção à saída de seu castelo. Agora ela havia tornado-se a proprietária única já que não fiz questão de pedir a minha parte. Caminhando pelo pátio, vi que acabara de anoitecer e a lua nova exibia um sorriso sarcástico, provavelmente destinado a mim. Notei que meus passos vacilavam, não conseguia caminhar em linha reta, era como se estivesse ébrio após ter ingerido a mais entorpecente e amarga das bebidas. Interessante notar que os portões já se encontravam abertos, os criados já tinham poupando-me do trabalho de abri-los. Criados... nunca fiz questão de tê-los. Confesso que eram úteis e tinham boa vontade mas não era algo indispensável para mim, salientado o fato de que sempre fui bastante independente. Ao contrário dela. Inclusive muitas vezes ela sentia-se muito orgulhosa em tê-los, era frequente o tom de soberba em sua voz ao dirigir-lhes a palavra. Nunca tratou-os mal, é verdade. Aqui devo ser justo e não tentar pintar um retrato de uma nova Catarina a grande, injusta com os menos favorecidos. Ela sempre os tratou bem, embora gostasse da sua condição de superioridade perante os mesmos.
     Foi nesse momento que notei que estava a pensar por demais e decidi obliterar os pensamentos ridículos que insistiam em apossar-se de mim e cruzei aqueles portões de forma derradeira.
     ... sem olhar para trás...



O personagem principal, que não tem nome, ou melhor, ele não é dito durante o romance.